Presidente de sindicato alega falta de condições psicológicas e mantém silêncio durante CPMI do INSS
Milton Baptista de Souza Filho não assina termo de compromisso de falar a verdade; PF cumpriu mandado de busca contra o sindicato

Gabriela Vieira
O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Milton Baptista de Souza Filho, permaneceu calado durante perguntas da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.
Segundo a defesa, ele não tinha condições psicológicas para responder perguntas. O motivo seria em resposta à Operação da Polícia Federal (PF) contra o sindicato que tem Milton como presidente, e José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como vice-presidente.
Milton ficou em silêncio após ter um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que garantiu a Milton o direito ao silêncio e à assistência plena de defesa.
O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), contestou a decisão. “No meu entendimento como parlamentar, nós estamos diante de um grande movimento de blindagem de pessoas próximas ao governo e que estão usando da legislação para poder não dar explicações aos brasileiros”, disse o parlamentar.
O senador também deixou claro que o depoente está à frente de um sindicato que movimentou mais de R$ 1 bilhão e tem relação direta com as investigações sobre descontos associativos fraudulentos em benefícios previdenciários.
Operação PF
O Sindnapi é alvo da Operação Sem Desconto da Polícia Federal (PF), que teve nova fase nesta quinta-feira (9). A ação investiga esquema nacional bilionário de descontos associativos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Na operação, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), agentes cumprem 66 mandados de busca e apreensão em oito unidades da federação.
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