Mourão critica políticos por “exploração” da calamidade após chuvas no RS
Para senador, tanto aliados quanto nomes da esquerda têm feito “filminhos” para beneficiar projetos políticos
Em entrevista concedida ao SBT News nesta terça-feira (21), o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou políticos por algo que classificou como “exploração” da calamidade ocorrida após as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul.
Na conversa com o jornalista do SBT Leonardo Cavalcanti, o parlamentar afirma que tanto aliados dele quanto nomes da esquerda estariam se aproveitando da tragédia para benefício dos próprios projetos políticos.
“Lamentavelmente, há uma exploração política e, às vezes, a gente vê parlamentares que procuram fazer aqueles seus filminhos aí e dizendo que com isso estão apoiando. Eu acho que o trabalho do parlamentar tem que ser mais em sigilo. Por mais que a atividade política requeira que você se exponha, mas, nessa hora, você não pode explorar a desgraça alheia em proveito de um projeto político. Cito nomes, mas isso acontece de todos os lados aí, tanto do nosso lado como da esquerda”, comentou.
Mourão comentou ainda a atuação do Congresso diante da crise climática. Ele é relator na Comissão Temporária do Senado voltada para o Rio Grande do Sul, que deverá visitar o estado para apoiar na recuperação do estado.
“Viemos operando em cima desse plano de trabalho, que prevê audiências públicas e legislações para reconstrução do estado. Vamos fazer a nossa primeira visita ao Estado agora nessa semana. Então, o Senado em particular, tem trabalhado. Já se aprovaram algumas medidas que o governo mandou, tanto em relação à suspensão da dívida. Não tenho a medida provisória onde o governo destina 12 bilhões aí para essas tarefas iniciais de recuperação do estado, que já está sendo analisado. Então eu acho que o Congresso tem dado uma resposta muito positiva à necessidade do estado do Rio Grande do Sul”, avaliou.
Nessa comissão, Mourão foi escolhido como o relator, enquanto os outros senadores da bancada gaúcha: Paulo Paim (PT) e Ireneu Orth (PP), ficaram com a presidência e a vice, respectivamente.
Hamilton Mourão falou ainda sobre a raiz do problema que culminou nas enchentes: as mudanças climáticas. Para ele, ninguém pode negar que estamos vivendo um período de mudança, mas pede ações de outros países para ajudar no combate a desastres.
“Então, aos acordos internacionais que colocam claramente que todos os países têm que tomar suas providências no sentido de mitigar esse aumento da temperatura da Terra para evitar que suba 1,5 graus centígrados acima do que era, ou a temperatura na época do início da Revolução Industrial. E cada país tem que fazer a sua parte. O Brasil não é vilão nisso. Aí sim, existe aí uma questão da Amazônia, desmatamento da Amazônia. Mas nós vamos lembrar que nós somos responsáveis por 2,3% até menos das emissões do mundo inteiro. Os grandes emissores são China, Estados Unidos e as nações industrializadas”, observou o senador.
Eleições 2024 e 2026
Durante a entrevista, Mourão trouxe ainda sua perspectiva quanto às próximas eleições no Brasil, tanto sobre as municipais em 2024, quanto das presidenciais, em 2026.
Na visão dele, a direita tem uma “chance muito grande” de eleger uma “quantidade bem larga” de prefeitos nas capitais e nas grandes cidades, e essa vitória modificaria o processo eleitoral seguinte.
Ele aponta ainda que, embora o ex-presidente Jair Bolsonaro esteja inelegível, o bolsonarismo deixou vários possíveis sucessores. Embora tenha citado nomes como o de Ronaldo Caiado (Goiás), Ratinho Júnior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e até Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Mourão considera que o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, larga na frente.
“Hoje, eu posso dizer, a gente vê essas pesquisas e aparece o Tarcísio. O nome do Tarcísio aparece bem posicionado. Não é por todos os movimentos que vêm sendo feitos, até pelo próprio governo, que procura, vamos dizer assim, obstaculizar algumas ações do governo de São Paulo. A gente sente que ele é uma pessoa que incomoda”, analisou o senador.