Lula cobra fim de tarifas e da Lei Magnitsky, e Trump promete negociar com o Brasil "em pouco tempo"
Segundo o chanceler Mauro Vieira, o encontro na Malásia foi "positivo e produtivo" e que as negociações entre Brasil e EUA começam ainda neste domingo (26)
Sérgio Utsch, enviado especial a Kuala Lumpur
Rafael Porfírio, de Brasília
O encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, neste domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia, abriu um novo capítulo na relação entre Brasil e Estados Unidos.
Em uma conversa de 45 minutos, os presidentes trataram do fim das tarifas sobre produtos brasileiros e da suspensão da Lei Magnitsky, que impõe sanções a autoridades do país.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o encontro teve um clima "positivo", "franco e colaborativo". Lula reforçou o pedido para retirar as barreiras comerciais e encerrar as sanções, enquanto Trump respondeu no mesmo tom e prometeu agilidade.
"Tudo tem que ser resolvido em pouco tempo", disse Trump, de acordo com Mauro Vieira.
O chanceler contou que o resultado deixou o Itamaraty otimista. Segundo ele, as equipes dos dois países devem começar as conversas ainda neste domingo (26), para tentar fechar um acordo em poucas semanas.
"Esperamos em pouco tempo agora, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores de atual tributação americana ao Brasil", afirmou Vieira.
O Brasil também pediu aos Estados Unidos que suspendam temporariamente as tarifas enquanto as negociações avançam, mas, por enquanto, a resposta ainda não veio. As negociações seguem neste domingo, o que significa que pode haver uma suspensão ainda que temporária do tarifaço.
Bolsonaro
Lula também explicou para Trump a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por tetnativa de golpe e outros crimes. O julgamento do ex-presidente foi um dos motivos apontados por Trump para sancionar autoridades brasileiras e impôr altas tarifas.
O presidente brasileiro disse que Bolsonaro teve um amplo direito de defesa e que foi condenado devido à existências de muitas provas contra ele.
Trump disse ter "grande admiração" por Lula, pela história política do presidente, afirmou que respeita o Brasil e manifestou interesse em visitar o Brasil em breve. Lula também deverá viajar para os Estados Unidos. Nenhuma data foi definida.
"Ótima reunião"
O assessor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Márcio Elias Rosa; e Audo Faleiro, diplomata da equipe do assessor especial da presidência Celso Amorim, acompanharam a conversa ao lado de Lula.
Do lado americano, estavam o secretário de Estado, Marco Rubio; o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante do Comércio, Jamieson Greer.
Minutos depois do encontro, Lula escreveu nas redes sociais que teve uma "ótima reunião" com Donald Trump.
"Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras", destacou Lula.








