Fernando Haddad nega considerar controle de dividendos como resposta a tarifas dos EUA
Governo tenta reverter taxação de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

SBT News
com informações da Reuters
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado (19) que o governo Lula não cogita impor controle sobre dividendos como forma de retaliação à tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros – mesmo que as negociações para reverter a medida, anunciada pelo presidente, Donald Trump, não avancem.
"O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nega que o governo brasileiro esteja avaliando a adoção de medidas mais rigorosas de controle sobre os dividendos como forma de retaliação às taxas adotadas pelos Estados Unidos e reafirma que essa possibilidade não está em consideração", disse o ministério em nota.
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Governo tenta reverter tarifa
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), defendeu na última terça-feira (15), em reunião com representantes da indústria, um prazo curto para negociações diante da tarifa de 50% imposta por Donald Trump a exportações nacionais e reforçou que o setor produtivo brasileiro vai intensificar o diálogo com seus congêneres nos Estados Unidos.
Segundo Alckmin, todos os envolvidos – governo, indústria brasileira e parceiros americanos – vão se empenhar para reverter taxas. A abertura de novos mercados, por ora, não entrou na pauta.
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O vice-presidente revelou que o governo brasileiro enviou há dois meses uma carta confidencial à Casa Branca sobre o tema, mas ainda não obteve resposta. A expectativa é que o canal de diálogo, que "sempre existiu", seja retomado. O Executivo ainda aguarda a resposta.
De janeiro a junho, exportações brasileiras para os EUA cresceram cerca de 4,37%. Já exportações americanas para o Brasil subiram 11%, batendo recorde. Na avaliação do governo, esse movimento é um indicativo de que há espaço para acordos comerciais mais equilibrados.