Ibaneis presta depoimento na sede da PF sobre atos golpistas
Governador afastado do DF pediu para prestar esclarecimento sobre invasão aos Três Poderes
O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), presta depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, na manhã desta 3ª feira (13.jan). Ele se ofereceu para prestar esclarecimento sobre sua ação no Executivo no dia 8 de janeiro e nos dias que antecederam a invasão criminosa à sede dos Três Poderes.
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A PF investiga quem são as lideranças, os patrocinadores, incentivadores e operadores dos atos golpistas, iniciados após a vitória do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno das eleições, em 31 de outubro. No domingo (8.jan), bolsonaristas marcharam em diração à Praça dos Três Poderes e invadiram as sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário. Mais de 1,2 mil pessoas estão presas.
Ibaneis foi afastado por 90 dias do cargo, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite do domingo, 8 de janeiro, logo após a invasão e destruição dos prédios do Planalto, do Legislativo e do STF. Moraes considerou que o afastamento foi "medida razoável, adequada e proporcional para garantia da ordem pública".
O ministro falou em omissão dolosa e criminosa de autoridades, ao decretar o afastamento do governador e também a prisão preventiva do ex-secretário de Justiça e Segurança Pública do DF Anderson Torres - que foi ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL).
O afastamento de Ibaneis foi confirmado pela maioria do STF, por 9 votos a 2. O Supremo apontou a necessidade da ordem para "cessação da prática criminosa reiterada, havendo, neste caso, fortes indícios de que o investigado é, no mínimo, conivente com associação criminosa voltada a atos terroristas".
Os advogados que defendem Ibaneis procuraram a PF e propuseram que ele fosse ouvido para colaborar com as investigações. O governador afastado chegou por volta das 11h na sede da polícia, em Brasília.
No pedido endereçado à PF, os defensores afirmam que o objetivo é "esclarecer todas as circunstâncias acerca do procedimento do governo do Distrito Federal" no domingo, dia dos atos criminosos, na Praça dos Três Poderes.
Defesa
Ibaneis busca esclarecer a falta de policiais e a ação falha da Polícia Militar (PM), do DF, que permitiu que os bolsonaristas furassem o bloqueio montado no acesso à Praça dos Três Poderes e deve sustentar que não deixou de agir, que foi levado a erro e que houve mudança de execução na operação, sem que ele soubesse.
Os advogados do governador afastado apresentaram também já uma defesa prévia ao STF. Nele, Ibaneis alega que houve planejamento prévio e que estava confiante na execução das ações.
"O governador se valeu de informações prestadas por agentes públicos em funções estratégicas e jamais agiu ou deixou de agir admitindo a prática de qualquer ato violento contra a sede dos poderes constituídos na nossa República."
A defesa informou ao STF que sem a participação de Ibaneis abandonou-se o planejamento prévio durante sua execução.
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