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Política

Planalto tenta minimizar reação dos EUA sobre eleições no Brasil

Assessores reconhecem que manifestação do Departamento de Estado Americano deixa Bolsonaro pressionado

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Bolsonaro em encontro com chefes de missão diplomática, no Palácio da Alvorada | Clauber Cleber Caetano/PR
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Assessores do presidente Jair Bolsonaro (PL) não esperavam que o porta-voz do Departamento de Estado Americano, Ned Price, fosse fazer manifestação pública sobre o encontro da última 2ª feira (18.jul) no Palácio da Alvorada, em Brasília, com embaixadores estrangeiros. A avaliação é que as declarações do representante do governo dos Estados Unidos deixam Bolsonaro enfraquecido perante a comunidade internacional.

Nesta 4ª feira (20.jul), Ned Price respondeu à pergunta feita pela repórter Patrícia Vasconcellos, correspondente do SBT, em Washington. Patrícia questionou o representante do governo norte-americano sobre o retorno que o Departamento de Estado recebeu da embaixada americana em Brasília após os questionamentos de Bolsonaro em relação às urnas eletrônicas durante a reunião com os embaixadores na última 2ª feira. Price respondeu que, desde o ano passado, os Estados Unidos falam de maneira privada com funcionários seniores do governo brasileiro e que eles tornaram esta visão pública, se referindo à nota que a representação do governo americano havia emitido no dia anterior. 

Price afirmou que "o sistema eleitoral brasileiro testado ao longo do tempo pelas instituições democráticas de forma exitosa através dos vários anos é um modelo para as nações não apenas no hemisfério".  O porta-voz também descatou que os Estados Unidos, um parceiro democrático do Brasil, vão seguir as eleições de outubro com grande interesse "e com total expectativa de que elas serão conduzidas de maneira livre, justa e creível".

EUA reagem a Bolsonaro

A resposta de Ned Price é a primeira afirmação pública que parece confirmar que os Estados Unidos destacaram emissários para tratarem sobre o processo eleitoral e as urnas eletrônicas no Brasil. O porta-voz reconheceu que integrantes do governo norte-americano tiveram conversas particulares com representantes do alto escalão da gestão do presidente Jair Bolsonaro. 

Em maio deste ano, a agência de notícias Reuters revelou que o diretor da Agência de Inteligência Americana, William Burns, pediu, em julho de 2021, a três ministros que Bolsonaro parasse de atacar as urnas eletrônicas e o sistema de votação. Eles conversaram, segundo a Reuters, durante um jantar em Brasília depois que Bolsonaro teve uma agenda oficial com o dirigente da CIA.  

As declarações do porta-voz aconteceram depois que a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil havia emitido nota também manifestando confiança nas urnas e na democracia brasileira. Após a divulgação do documento, assessores de Bolsonaro disseram ao SBT News que a manifestação não teria força já que o representante norte-americano é o encarregado de negócios e não um embaixador. Os Estados Unidos não designaram nenhum substituto para o cargo deixado por Todd Chappmann que no ano passado deixou a representação norte-americana no Brasil.

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