Em depoimento, Moro relata pedido de Bolsonaro: "Quero apenas a PF do Rio"
Após declarações sobre o presidente, ex-ministro disse, ao depor, que Bolsonaro queria ter influência sobre a superintendência da Polícia Federal do RJ
Publicidade
O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, no último sábado (2), por conta das declarações sobre o presidente Jair Bolsonaro durante coletiva para anunciar sua demissão.
O inquérito foi aberto pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), após um pedido da Procuradoria-Geral da República.
Em mais de 8 horas de depoimento, no qual o SBT Brasil teve acesso, Moro detalhou o pedido de Bolsonaro para a troca do diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Valeixo, assim como a mudança do superintendente do Rio de Janeiro.
"No começo de março de 2020, estava em Washington, em missão oficial com o Dr. Valeixo, que recebeu mensagem pelo aplicativo de WhatsApp do Presidente da República, solicitando, novamente, a substituição do Superintendente do Rio de Janeiro, agora Carlos Henrique; que a mensagem tinha mais ou menos o seguinte teor: `Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro`", afirmou.
O ex-ministro disse também que não havia motivo técnico para a mudança: "Que Ramagem, pela questão da proximidade, o Declarante afirma que o presidente, nessa época, lhe dizia que era uma questão de confiança".
Moro ainda completou que "a substituição sem causa do DG e a indicação de uma pessoa ligada ao Presidente e a sua família seriam uma interferência política na PF".
Questionado, o ex-juiz ainda afirmou que Bolsonaro nunca lhe solicitou relatórios de investigações sigilosas. Perguntado se o presidente havia cometido algum crime, Moro negou, disse que quem falou em crime foi a Procuradoria-Geral da República na requisição de abertura de inquérito e concluiu que essa avaliação cabe às instituições competentes.
O inquérito foi aberto pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), após um pedido da Procuradoria-Geral da República.
Em mais de 8 horas de depoimento, no qual o SBT Brasil teve acesso, Moro detalhou o pedido de Bolsonaro para a troca do diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Valeixo, assim como a mudança do superintendente do Rio de Janeiro.
"No começo de março de 2020, estava em Washington, em missão oficial com o Dr. Valeixo, que recebeu mensagem pelo aplicativo de WhatsApp do Presidente da República, solicitando, novamente, a substituição do Superintendente do Rio de Janeiro, agora Carlos Henrique; que a mensagem tinha mais ou menos o seguinte teor: `Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro`", afirmou.
O ex-ministro disse também que não havia motivo técnico para a mudança: "Que Ramagem, pela questão da proximidade, o Declarante afirma que o presidente, nessa época, lhe dizia que era uma questão de confiança".
Moro ainda completou que "a substituição sem causa do DG e a indicação de uma pessoa ligada ao Presidente e a sua família seriam uma interferência política na PF".
Questionado, o ex-juiz ainda afirmou que Bolsonaro nunca lhe solicitou relatórios de investigações sigilosas. Perguntado se o presidente havia cometido algum crime, Moro negou, disse que quem falou em crime foi a Procuradoria-Geral da República na requisição de abertura de inquérito e concluiu que essa avaliação cabe às instituições competentes.
Publicidade