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Santa Catarina soma 47 casos de feminicídio em 2025 e desafia título de 'estado mais seguro do Brasil'

Dados apontam que outros tipos de violência reduziram, enquanto feminicídio permanece praticamente estável

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Familiares, estudantes e colegas de Catarina Kasten, morta e estuprada em trilha em Florianópolis, realizam ato em memória dela | Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC
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Santa Catarina já soma 47 casos de feminicídio em 2025. O dado expõe uma contradição em relação à segurança pública no estado, reconhecido, novamente, como o mais seguro do Brasil, liderando o ranking do Anuário Cidades Mais Seguras do Brasil com a menor taxa de mortes violentas do país (8,6 por 100 mil habitantes, frente aos 23 da média nacional).

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O número, levantado pelo SCC10, o portal de notícias da SCC SBT, afiliada do SBT em Santa Catarina, se aproxima da média anual dos últimos cinco anos. Foram 51 casos em 2024; 57 em 2023; 57 em 2022; 55 em 2021; e 57 em 2020. Chama a atenção o fato de que, enquanto o estado reduz significativamente outros tipos de violência, o número de feminicídios permanece praticamente estável.

Caso o ritmo atual se mantenha, 2025 deverá terminar com saldo de feminicídios próximo ou até superior ao dos anos anteriores. Nos primeiros 15 dias de agosto, Santa Catarina registrou três crimes do tipo, o mesmo número de todo o mês de agosto de 2024. Já em novembro, nove mulheres foram assassinadas em crimes motivados por violência de gênero.

O último feminicídio registrado em Santa Catarina ocorreu na última sexta-feira (21) e ganhou repercussão nacional. O crime ocorreu na trilha do Matadeiro, em Florianópólis, cidade apontada pelo Anuário Cidades Mais Seguras do Brasil de 2025 como a capital mais segura do país.

A professora Catarina Kasten, de 31 anos, que também era estudante de pós-graduação, saiu de casa de manhã para uma aula de natação e, no caminho, foi estuprada e morta. O corpo foi encontrado em uma área de mata, com sinais de violência. O suspeito, identificado como Giovane Mayer, de 20 anos, confessou o crime e foi preso.

Relembre outros casos recentes

Em 29 de outubro, Alaide Cristina Varela Teixeira da Luz, de 35 anos, foi morta a facadas pelo ex-companheiro, Almir Inácio da Luz. O crime ocorreu em frente à panificadora onde Alaide trabalhava, em Lages.

Segundo relatos da irmã de Almir, o casal estava em processo de separação e em disputa por bens. A irmã também mencionou que o suspeito estaria em um quadro de depressão. Ele atentou também contra a própria vida, sem sucesso.

Alaide Cristina Varela Teixeira da Luz | Foto: Reprodução/SCC10
Alaide Cristina Varela Teixeira da Luz | Foto: Reprodução/SCC10

Em 13 de agosto, Andreia Sotoriva, de 38 anos, foi morta a tiros pelo ex-companheiro dentro de uma loja no centro de Maravilha, a oeste de Santa Catarina. O homem, de 39 anos, sacou uma arma de fogo e atirou diversas vezes contra Andreia, que morreu no local.

De acordo com a Polícia Militar, o homem já tinha passagens por violência doméstica e desobediência. Ele atirou contra a própria cabeça logo após o crime e foi socorrido em estado grave.

Andreia Sotoriva | Foto: Reprodução/SCC10
Andreia Sotoriva | Foto: Reprodução/SCC10

Em 4 de agosto, Dalva Paterno da Silva, de 56 anos, foi morta a facadas pelo ex-companheiro dentro de casa, em Gaspar, no Vale do Itajaí. Dias antes, ela havia conseguido medida protetiva contra o suspeito. Mesmo assim, ele invadiu a casa de Dalva e cometeu o crime.

Segundo o delegado Felipe Martins, responsável pelo caso, o suspeito não aceitava o fim do relacionamento com Dalva. Ele já havia sido preso duas vezes por violência doméstica contra a ex-companheira.

Dalva Paterno da Silva | Foto: Reprodução/Redes sociais
Dalva Paterno da Silva | Foto: Reprodução/Redes sociais

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