Joias entregues a delator do PCC foram isca, aponta investigação
Empresário foi morto com 10 tiros; joias de R$ 1 milhão podem ter sido usadas para monitorar os passos de Gritzbach até o assassinato
A execução do delator do PCC, em plena luz do dia, no Aeroporto Internacional de São Paulo, completou uma semana, nesta sexta-feira (15). Uma das conclusões da polícia é a de que as joias entregues ao motorista de Antônio Vinicius Gritzbach foram usadas como isca para monitorar os passos do empresário até o momento em que ele foi fuzilado, com dez tiros, ao desembarcar no terminal dois do Aeroporto.
De acordo com o depoimento do motorista do empresário, Danilo Lima Silva, Gritzbach teria sido reconhecido em Maceió por um homem que lhe devia R$ 6 milhões. Como forma de pagamento parcial, foi feita a entrega de joias - avaliadas em R$ 1 milhão.
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O motorista recebeu as peças em um quiosque na praia, onde o empresário teria descrito o responsável pelo pagamento como alguém vestindo uma camisa do Barcelona e carregando uma sacola preta.
Força-tarefa busca responsáveis
A polícia tenta identificar os atiradores por meio de imagens de câmeras de segurança e evidências coletadas no local.
No carro usado pelos criminosos, foi encontrado um bloqueador de rastreadores e luzes de sirene, equipamentos que normalmente só são instalados em viaturas oficiais. As autoridades também investigam quem teria fornecido os equipamentos usados no crime.
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As investigações também trouxeram à tona indícios de relações suspeitas entre o empresário e forças policiais. O delator teria sido extorquido por agentes civis, incluindo um delegado e dois investigadores, aos quais teria pago R$ 1 milhão. Durante buscas em sua residência, policiais teriam furtado sete relógios de luxo. O empresário ainda contratava oito policiais militares da ativa para sua escolta pessoal, intermediados por um tenente da PM.
Além disso, ele revelou casos de corrupção envolvendo diversas delegacias paulistas, como o Departamento de Investigações Criminais (DEIC) e o Departamento de Narcóticos (DENARC). Apesar das acusações, advogados dos policiais citados negaram envolvimento e alegaram que as denúncias já foram investigadas e arquivadas.