Seis estudantes seguem detidos após confusão na Assembleia de SP
Grupo protestava contra a implantação de escolas cívico-militares no estado e entrou em confronto com policiais militares
Dezenas de estudantes entraram em confronto com policiais militares durante a aprovação do projeto de lei que estabelece o programa de escola cívico-militar em unidades públicas de educação em São Paulo. A confusão foi registrada na Assembleia Legislativa (Alesp), na terça-feira (21), e o projeto de lei é do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Os jovens foram retirados à força e vários vídeos mostram o ataque em diferentes pontos da Alesp. Em um dos locais, os PMs se enfileiraram com escudos para impedir a passagem dos manifestantes.
Alguns jovens invadiram o plenário e um deles foi puxado pelos braços, enquanto outro estudante era imobilizado no chão pelos PMs. Sob gritos de protesto, o rapaz foi levado para fora. Uma terceira jovem também tentou resistir ao ataque e foi retirada pelos militares.
Golpe "mata-leão" e prisões
Em notas, a Alesp e a Secretaria de Segurança Pública afirmaram que os estudantes tentaram “invadir” o plenário e foram “contidos” pela PM. A ação dos policiais foi denunciada pelos manifestantes. Um dos PMs chegou a dar um golpe “mata-leão”, proibido pela instituição desde 2020 pelo risco de morte. A PM disse que vai analisar as imagens.
Oito jovens foram conduzidos à delegacia, sendo dois menores de idade que foram ouvidos e liberados. Dois rapazes e quatro moças tiveram a prisão mantida e, do lado de fora, colegas montaram um acampamento. Os advogados que representam os movimentos estudantis denunciaram a dificuldade de ter acesso a informações.
O grupo deve responder por lesão corporal, desacato, desobediência, associação criminosa, resistência e corrupção de menores. Uma audiência de custódia deverá ser realizada na manhã de quarta (22).
O projeto foi aprovado após o ataque, com 54 votos favoráveis e 21 contrários. A medida segue para sanção do governador.