Falsos policiais que extorquiam vítimas em abordagens são presos na Grande São Paulo
Criminosos revistavam jovens em carros importados e, se encontrassem qualquer tipo de droga, ameaçavam prendê-los por tráfico
José Luiz Filho
Uma mulher e um homem que se passavam por policiais civis para cometer crimes foram presos na região metropolitana de São Paulo. Na hora do flagrante, eles estavam com R$ 600 mil em dinheiro falso.
No início da tarde, os investigadores seguiram para um posto de combustíveis em Osasco, na Grande São Paulo, com a informação de que os dois suspeitos estavam no local. Roberta Kikuti Lara, de 43 anos, e Erimar José Costa, de 42, foram presos em flagrante.
No carro da mulher, que é estudante de direito e estagiária em um escritório de advocacia, os policiais encontraram uma pistola 9 milímetros.
O parceiro dela estava com uma mochila com cerca de R$ 600 mil, mas o que surpreendeu os policiais não foi a quantia, e sim a natureza das cédulas. Apenas as notas de R$ 2 e de R$ 5 eram verdadeiras, um total de R$ 1.260. As cédulas de R$ 20, R$ 50 e R$ 100 eram falsificadas.
"Eles não falaram pra gente da de onde viria esse dinheiro, nem qual foi o motivo pelo qual eles receberam o dinheiro. Agora vamos puxar as imagens do posto de gasolina para verificar a origem dessa quantidade de notas falsas", afirma o delegado Estevão Castro.
Os dois carros usados pelo casal eram monitorados desde o início da semana após denúncias de que os ocupantes se passavam por policiais civis para enganar moradores de Osasco, Barueri e Carapicuíba.
Segundo os investigadores, Roberta Kikuti e Erimar Costa agiam perto de condomínios de alto padrão. Eles abordavam e revistavam jovens em carros importados e, se encontrassem qualquer tipo de droga, ameaçavam prendê-los por tráfico para extorquir dinheiro.
"Eles conversavam com as vítimas, com as pessoas que estavam na via pública e foram abordadas e, dependendo da conversa, negociavam naquele momento um valor específico pra cada abordagem que eles faziam", conta o delegado.