Corregedoria conclui que policiais não tiveram participação na fuga de criminoso em delegacia de SP
O fugitivo é apontado como autor da chacina de quatro mecânicos na capital paulista, em junho de 2020
Fabio Diamante
Apesar de não explicar como, a corregedoria concluiu que não houve participação de policiais civis na fuga do criminoso Antônio Vilar, de dentro de uma delegacia de São Paulo, 10 meses atrás.
O fugitivo é apontado como autor da chacina de quatro mecânicos na capital paulista, em junho de 2020.
A investigação da corregedoria da Polícia Civil foi concluída, na semana passada, e definiu que "não foi comprovado dolo dos policiais civis" em "favorecer a fuga do preso"
Na única imagem encontrada, gravada pela câmera de um prédio, o já foragido aparece andando tranquilamente depois de escapar.
Antônio Vilar matou, segundo a polícia e o Ministério Público, quatro mecânicos em uma chacina, também na zona leste, em 2020. As vítimas tinham acabado de abrir uma oficina. O motivo do crime é que um deles, Jairo Cordeiro de Barros, tinha sido funcionário na mecânica de Antônio Vilar e ganhou uma ação trabalhista de R$ 75 mil.
Imagens de câmeras de segurança, mantidas em sigilo, até agora, gravaram a chegada do assassino, que estava acompanhado de um comparsa, Moisés de Almeida, que tinha saído recentemente da cadeia, condenado por roubo.
A imagem não mostra, mas os rapazes foram colocados de joelhos. É possível ouvir oito tiros.
A investigação sobre a fuga não respondeu nem por onde o assassino saiu, se pela porta da frente ou pela lateral. Cadeados e celas também não foram arrombados.
Outras denúncias de privilégios que aconteciam, lá dentro, foram feitas, como visitas íntimas de prostitutas e o uso de telefones celulares, mas nada disso foi comprovado pela corregedoria.
O julgamento de Antônio Vilar foi marcado para outubro, mesmo com ele foragido. Ele é apenas um dos mais de 57 mil foragidos da Justiça de São Paulo.