Caso Vitória: SBT teve acesso ao local onde corpo de jovem foi encontrado
Adolescente foi deixada em área de mata fechada, em Cajamar (SP); ex-namorado é considerado foragido

Fernanda Trigueiro
A adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, que estava desaparecida desde o último dia 26, foi encontrada morta em Cajamar, na Grande São Paulo. A Justiça decretou a prisão temporária do ex-namorado dela, que agora é considerado foragido, nesta quinta-feira (6).
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No fim de semana, o homem chegou a ser ouvido e liberado, mas, segundo as investigações, ele pode estar envolvido no desaparecimento e na morte da jovem. Antes de desaparecer, Vitória enviou uma mensagem ao ex-namorado pedindo uma carona, pois o carro de seu pai havia quebrado e ela não queria voltar para casa a pé. O trajeto passava por uma área de chácaras, com estrada de terra, sem iluminação e sem câmeras de segurança.
Com autorização da polícia, a equipe do SBT acompanhou a viatura da Guarda Civil Municipal Ambiental até o local onde o corpo foi encontrado. O cadáver estava a cerca de cinco quilômetros da casa da família, em uma região de mata fechada no bairro Ponunduva.
Foram os cães farejadores da Guarda Civil Municipal de Cajamar que localizaram o corpo. De acordo com o delegado Aldo Galiano Junior, da Delegacia Seccional de Franco da Rocha, Vitória foi degolada, teve o cabelo raspado e estava vestindo apenas um sutiã. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) da capital paulista para exames periciais.
Segundo os investigadores, o estado avançado de decomposição indica que o corpo estava na mata há aproximadamente quatro ou cinco dias. A família fez o reconhecimento por meio da tatuagem e do piercing que Vitória tinha no nariz.
Até o momento, 14 pessoas, entre testemunhas e possíveis suspeitos, foram ouvidas pela polícia. O ex-namorado, apontado como principal suspeito, segue foragido.
O caso
Moradora de Cajamar, na Grande São Paulo, Vitória trabalhava como operadora de caixa em um restaurante de shopping no centro da cidade. Como voltava tarde da noite, costumava ser buscada pelo pai no ponto de ônibus. Naquele dia, o carro da família estava quebrado e ela teve que fazer o trajeto sozinha.
O trajeto de uma hora exigia que ela pegasse dois ônibus. Enquanto aguardava o primeiro, ela demonstrou medo nas mensagens enviadas a uma amiga: "Tem uns meninos aqui do meu lado, tô com medo".
Vitória estava no bairro de Polvilho e seguiria para a região de Ponunduva. O ônibus chegou, e a jovem avisou que os suspeitos embarcaram com ela: "Os dois pegaram, o outro acabou de vir pra trás".
Imagens de segurança mostram Vitória no ponto de ônibus e os rapazes ao redor. Ela entra no veículo. Pouco depois, tenta tranquilizar a amiga: "Amiga, tá de boa, nenhum desceu no mesmo ponto que eu, então tá de boaça".

A jovem também contou para a amiga, em áudios, que um carro passou devagar e os ocupantes a chamaram de "vida", o que a deixou assustada. O carro foi visto por testemunhas parado em frente ao ponto de ônibus onde Vitória desceu e desapareceu. Os peritos revistaram o veículo e usaram o sistema Afis, que detecta as impressões digitais para relacionar com dados registrados no Sistema de Reconhecimento de Pessoas.
Segundo o motorista do coletivo, Vitória desceu sozinha no ponto de sempre, em uma estrada de terra no bairro Ponunduva, região de chácaras onde mora com a família.
