Caminhoneiro que forjou sequestro no Rodoanel (SP) era PM e foi expulso por 'atos desonrosos'
Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, foi indiciado por falsa comunicação de crime após suposta ameaça de bomba bloquear anel viário por 5 horas


Emanuelle Menezes
O motorista da carreta que bloqueou o Rodoanel por cinco horas na semana passada e, nesta quarta-feira (19), confessou que forjou um sequestro com ameaça de bomba é ex-policial militar de São Paulo. Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, foi expulso da corporação em 2006 por "atos desonrosos".
+ Caminhoneiro confessa ter forjado sequestro e ameaça de bomba no Rodoanel (SP)
O caminhoneiro foi soldado do 22º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), no Jardim Marajoara, zona sul da capital paulista. Segundo informação publicada no Diário Oficial do Estado do dia 3 de março de 2006, Dener foi punido "pela prática de atos desonrosos" e por "transgressão disciplinar de natureza grave", conforme o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) apenas confirmou a exoneração, sem informar o que motivou a expulsão do ex-PM. Até o momento, as autoridades também não informaram qual teria sido a intenção do motorista ao simular o crime no Rodoanel.
Inicialmente, Dener afirmou ter sido sequestrado por oito criminosos no Rodoanel Mário Covas, na altura do km 44, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, que tentaram roubar a carreta e depois o obrigaram a atravessar o veículo na pista.
O anel viário ficou interditado por cinco horas até a chegada do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e a retirada do motorista e do caminhão. O ex-policial foi encontrado com as mãos amarradas e as supostas bombas no corpo.

Nesta quarta, entretanto, Dener confessou aos investigadores que forjou toda a cena. Segundo a confissão do caminhoneiro, ele mesmo armou uma bomba falsa, se amarrou e atirou uma pedra contra o caminhão.
Dener Laurito foi indiciado por falsa comunicação de crime. As investigações continuam sob responsabilidade da DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Taboão da Serra.








