Advogado é preso após assediar colegas e ferir homem com taça de vinho em hotel de luxo em Brasília
Episódio ocorreu durante convenção jurídica; segundo a Polícia Civil, suspeito foi autuado por lesão corporal grave, importunação sexual e perseguição
Isabela Guimarães
Lucas Antunes
Um advogado de 35 anos foi preso em flagrante após importunar duas advogadas e agredir um funcionário durante uma convenção no Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada, na madrugada do último sábado (11). O suspeito, identificado como Adonis Martins Alegre, teria quebrado uma taça de vinho e atingido o rosto do colaborador que tentou defender uma das vítimas.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o advogado foi autuado por lesão corporal grave, importunação sexual e perseguição. Ele estava embriagado no momento da prisão e não prestou depoimento imediatamente.
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O caso ocorreu após o encerramento de um evento jurídico, quando parte dos participantes seguiu para o pub do hotel, localizado às margens do Lago Paranoá. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Adonis teria feito "gracejos" para uma colega de evento e passado a persegui-la por diferentes áreas do hotel. Minutos depois, o advogado tocou as nádegas de outra participante, também advogada.
"Ele passou a apertar a cintura dela e, em seguida, colocou a mão na nádega, sem consentimento. O colaborador do evento interveio em defesa da vítima, momento em que o agressor quebrou uma taça e deu uma estocada no rosto dele", afirmou o delegado.
O funcionário Rafael Carvalho, de 32 anos, contou que agiu para proteger as mulheres que estavam sendo assediadas. "Eu disse apenas: 'Doutor, não assedia a mulher'. Quando falei pela segunda vez, senti um impacto no rosto e comecei a sangrar muito. Minha camisa branca ficou vermelha. Tomei mais de 12 pontos no rosto e só não fiquei cego por causa dos meus óculos", relatou Rafael, que segue em recuperação.
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Ele afirma estar revoltado com o comportamento do advogado e teme as consequências da agressão. "A cicatriz vai ficar para sempre. Eu poderia ter morrido. Só quero que a justiça seja feita", desabafou.
A Polícia Militar (PMDF) confirmou que o autor foi detido em flagrante no local. O caso foi registrado na 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte. O hotel acionou a polícia e o Samu logo após a confusão.
Em nota, o Hotel Royal Tulip informou que "lamenta o ocorrido e permanece à disposição das autoridades". Já a defesa do advogado Adonis Martins afirmou que ele "nega integralmente as acusações" e que apenas “se defendeu de agressões sofridas". O inquérito segue sob investigação. A OAB/DF foi comunicada da prisão ainda durante a madrugada.
