11 pessoas são resgatadas em condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul
Empresa de reciclagem utilizava um galpão em condições precárias para alojar coletores

João Pedro Vaz
Onze pessoas foram resgatadas em condições análogas a escravidão, nesta terça-feira (24), em um galpão utilizado por uma empresa de reciclagem em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os trabalhadores, entre eles um idoso, realizavam a coleta de materiais recicláveis pela cidade.
O resgate foi uma ação coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em conjunto do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS), da Polícia Federal (PF) e da Secretaria de Desenvolvimento Social de Sapucaia do Sul.
Segundo Ministério Público do Trabalho, os homens, com idades entre 41 e 64 anos, trabalhavam na região metropolitana de Porto Alegre separando lixo para uma companhia de triagem e processamento de resíduos para reciclagem, que vendia a empresas da cidade.
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Com chão de terra batida, os funcionários dormiam em treliches improvisadas, sem banheiros, paredes de madeira reutilizada e teto com diversos buracos, em um local nada apropriado para alojar os trabalhadores. No galpão, ainda foram flagradas diversas infiltrações, acumulo de esgoto. Uma cadela com 10 filhotes recém-nascidos dividia o espaço com os trabalhadores.
O proprietário foi preso em flagrante e confessou que a situação encontrada perdurava por aproximadamente uma década. A firma funcionava em um terreno invadido, sem comprovação de posse regularizada, nem alvará de funcionamento.
Após o resgate, os coletores foram encaminhados à rede de assistência social do município. O proprietário foi advertido a realizar pagamentos de verbas rescisórias aos trabalhadores.