Filha suspeita de matar pai com feijoada teria contratado mulher que envenenou 4 pessoas
Ana Paula foi até o Rio de Janeiro para cumprir a ordem que teria partido de Michele Paiva da Silva, presa na terça-feira (8)
André Azeredo
Alô, Você
A Polícia Civil descobriu que a mulher presa por supostamente matar o pai com uma feijoada envenenada teria contratado uma mulher para ajudá-la. As investigações apontam que a assassina contratada por Michele Paiva da Silva já havia cometido pelo menos outros quatro homicídios e é natural de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Segundo apuração, Ana Paula foi até o Rio de Janeiro para cumprir a ordem feita por Michele. Após a chegada de Ana Paula ao Rio, o pai de Michele, Neil Corrêa da Silva, foi encontrado morto.
Perícias iniciais indicaram que Neil teria sido envenenado durante um almoço, no qual foi servida uma feijoada supostamente contaminada com chumbinho. O caso foi inicialmente tratado como morte suspeita e, após diligências, passou a ser investigado como homicídio qualificado.
A polícia atribui a Ana Paula a autoria de quatro homicídios, sendo pelo menos duas vítimas conhecidas por meio de aplicativo de namoro. O padrão apontado pelos investigadores é que, quando se sentia rejeitada ou contrariada, a suspeita recorria ao envenenamento. A polícia e o Ministério Público apontam que ela teria matado Neil no dia 11 de abril.
Mortes anteriores
Em um dos casos, Ana Paula teria se passado por Maria Aparecida, uma das vítimas, para manipular conversas e tentar culpá-la de um crime a um policial militar com quem se relacionou via aplicativo. As mensagens teriam sido parte de uma encenação para dificultar a identificação da autora dos crimes.
Maria Aparecida foi morta em 26 de abril de 2020. Quinze dias depois, ela teria cometido o segundo e o terceiro assassinatos. Em maio, um quarto homicídio envolveu um rapaz tunisiano, também conhecido por aplicativo.
Em janeiro de 2025, o dono de uma residência, identificado como Marcelo, foi encontrado morto no imóvel, já em estado de putrefação. A investigação indica que Ana Paula morava nos fundos da casa e foi quem chamou a polícia, relatando o desaparecimento do proprietário. Familiares do dono estranharam o comportamento da suspeita: segundo relato, ela trancou a casa com cadeado, passou a ocupar a parte da frente e teria ateado fogo no sofá onde o morador costumava ficar.
A abordagem e as contradições de Ana Paula levaram parentes a suspeitar. Em depoimento, ela teria dito inicialmente que envenenou Marcelo com um bolinho contendo chumbinho porque estava sendo ameaçada pelos familiares. Depois, teria admitido que seu objetivo era ficar com a casa, já que morava nos fundos com a irmã.
A irmã gêmea de Ana Paula, Roberta, teria colaborado com as investigações e fornecido informações que permitiram conectar os casos. Parte das confissões veio após a prisão: relatos apontam que Ana Paula confidenciou detalhes a companheiras de cela e que mensagens no celular dela, incluindo conversas com a irmã, ajudaram a corroborar as suspeitas.
A investigação segue em curso, com novas diligências, análise de provas e interrogatórios para confirmar a extensão dos crimes e a participação de cada envolvido.