Tropas israelenses se retiram de Khan Younis, no sul de Gaza, e deixam rastro de destruição
Segunda maior cidade da Faixa de Gaza ficou irreconhecível; Israel afirma ter data marcada para invadir Rafah
Centenas de palestinos retornaram para Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, após o governo de Israel anunciar a retirada de suas tropas da segunda maior cidade do enclave palestino.
Poucos, contudo, conseguiram reconhecer suas casas e apartamentos na região que já foi residência para mais de 400 mil pessoas.
“Não há palavras que possam descrever minha dor. Não tenho palavras para expressar meus sentimentos. Nossas memórias, nossos sonhos, nossa infância e nossa família se foram. Não encontrei nada para tirar (dos escombros). Não levamos nada quando fugimos.”, afirmou Hanan à Associated Press. Ele, assim como muitos palestinos, retornaram ao local na esperança de encontrar algo do que deixaram para trás. Em vão.
Com dezenas de edifícios destruídos ou danificados, pilhas de escombros agora ficam onde antes ficavam apartamentos e empresas. As ruas foram demolidas. Escolas e hospitais foram danificados pelos bombardeios.
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Israel enviou tropas para Khan Younis em dezembro do ano passado, como parte de sua violenta ofensiva terrestre no enclave palestino. A guerra, agora no seu sétimo mês, matou mais de 33 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades de saúde local.
A retirada, no entanto, não significa o fim dos combates. Também nesta segunda-feira (8), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que foi marcada uma data para uma invasão em Rafah.
Ele não deu datas, mas afirmou que a entrada em Rafah era necessária para uma “vitória completa sobre o Hamas”. No extremo sul da Faixa de Gaza, Rafah atualmente abriga 1,5 milhões de refugiados. Uma possível invasão ao local tem sido alvo de críticas e preocupação até mesmo entre aliados de Israel, incluindo os Estados Unidos.
O país, com o auxílio do Catar e Egito, tentar mediar um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, A última rodada de negociações alcançaram "progressos significativos" e consenso em muitos pontos controversos, informou a mídia estatal egípcia nesta segunda (8), citando um alto funcionário egípcio.