ONU faz alerta sobre uso do futebol e de outros esportes para tráfico de crianças
Menores representam 38% das vítimas de tráfico humano no mundo; criminosos prometem carreira profissional para atrair jovens atletas

Beto Lima
A Organização Internacional para Migrações (OIM), da Organização das Nações Unidas (ONU), lançou uma nova campanha global para combater o uso de esportes como fachada para o tráfico de crianças.
Segundo dados das Nações Unidas, 38% de todas as vítimas de tráfico humano no planeta são menores de idade, e parte delas é atraída por falsas promessas de se tornarem atletas profissionais. O alerta é de que criminosos se aproveitam do sonho de jogar futebol ou outras modalidades para enganar jovens e suas famílias.
+ Denúncias de exploração sexual infantil na internet aumentam 14% em dois anos
Batizada de "A Linha que Não Cruzamos", a ação é realizada em parceria com a organização Missão 89, que investiga e denuncia casos de exploração de atletas. O objetivo é alertar sobre a prática de recrutamento ilegal e incentivar medidas de proteção no setor esportivo, que movimenta entre US$ 471 bilhões e US$ 1,4 trilhão por ano.
De acordo com a OIM, traficantes oferecem supostas vagas em academias ou contratos profissionais, mas acabam levando jovens para situações de trabalho forçado, com documentos retidos e sob ameaça. Dados da Counter Trafficking Data Collaborative apontam que 11% das crianças traficadas acreditaram em falsas promessas.
+ 162 mulheres latinas vítimas de tráfico sexual são resgatadas em operação na Espanha
A campanha conta com o apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e de diversos atletas, influenciadores e legisladores que defendem recrutamento responsável, proteção infantil e integração de regras mais rígidas nas instituições esportivas.
O movimento também recebe apoio da United Through Sports, ligada às Olimpíadas e a mais de 150 organizações internacionais.