Nos EUA, Netanyahu diz que Israel terá "vitória total" na guerra; manifestantes protestam
Durante discurso, o primeiro-ministro israelense agradeceu o apoio dos EUA; parlamentares democratas faltaram à cerimônia
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira (24) que seu país terá "vitória total" no conflito contra o grupo extremista Hamas durante um discurso no Congresso norte-americano, em Washington. Enquanto falava, centenas de manifestantes protestavam nas ruas da capital dos Estados Unidos.
“Teremos vitória total. Nosso inimigo é o seu inimigo. Nossa luta é a sua luta. Nossa vitória é a sua vitória”, disse Netanyahu aos políticos americanos presentes.
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Com o objetivo de reforçar a aliança com os EUA, Netanyahu agradeceu o apoio de Joe Biden e elogiou Donald Trump, candidato republicano à presidência nas eleições deste ano. Ele mencionou um cenário pós-guerra no território palestino, afirmando que uma nova Gaza pode surgir após a derrota do Hamas.
Segundo ele, uma administração civil será “dirigida por palestinos que não busquem destruir Israel” e que uma nova geração de palestinos “não deve mais ser ensinada a odiar os judeus”.
Embora quisesse estreitar ainda mais os laços com os Estados Unidos, dezenas de legisladores democratas faltaram ao discurso no Congresso, expressando preocupação com as milhares de mortes de civis e a crise humanitária causada pela campanha militar de Israel na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas. A vice presidente e agora candidata à presidência Kamala Harris também não compareceu à cerimônia.
Os deputados democratas Jamie Raskin, de Maryland, e Jimmy Gomez, da Califórnia, foram alguns dos que se posicionaram contra a fala de Netanyahu. “Sua abordagem a esta guerra e sua rejeição de uma solução de dois Estados levaram a uma dor inimaginável na região, falharam em manter seu próprio povo seguro e nos tornaram menos seguros”, disse Jimmy Gomez.
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Manifestação contrária à guerra em Gaza
Do lado de fora do Congresso americano, centenas de manifestantes protestavam contra o primeiro-ministro e sua política militar no conflito armado.
Depois de serem impedidos pela polícia de chegar perto do Capitólio, os manifestantes percorreram o bairro de Capitol Hill por vários quarteirões antes de se reunirem em frente à Union Station.
Quando os manifestantes retiraram uma das bandeiras gigantes dos EUA, a polícia entrou em ação. Segundo autoridades, pelo menos cinco pessoas foram detidas.
Manifestantes gritavam “vergonha de vocês”. De acordo com a agência Associated Press, a polícia usou bombas de gás lacrimogênio contra os participantes.
Os manifestantes são contrários à continuidade da guerra, que já deixou quase 40 mil mortos, de acordo com o serviço de saúde palestino, que é controlado pelo Hamas.
O grupo extremista Hamas realizou um ataque surpresa a Israel em outubro, matando e sequestrando diversas pessoas. Ao reivindicar a autoria da ação, o governo de Israel desencadeou uma ofensiva que se arrasta até hoje.