Na Otan, Trump compara bombardeios americanos a Hiroshima e Nagasaki
Presidente ainda descreveu o ataque americano ao Irã como um “caminho para a paz”
Vicklin Moraes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comparou, nesta quarta-feira (25), a ofensiva norte-americana contra o Irã ao lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, em 1945. Bombardeios americanos que mataram entre 129 mil e 246 mil pessoas e culminaram no fim da Segunda Guerra Mundial.
“Se você olhar para Hiroshima, se olhar para Nagasaki, aquilo também acabou com uma guerra. Isso aqui acabou com uma guerra de outra forma, mas foi tão devastador quanto”, disse Trump.
A declaração foi feita durante a cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), na Holanda.
“Os Estados Unidos realizaram um ataque de precisão contra as instalações de enriquecimento nuclear do Irã — e foi um sucesso tremendo. Foi chamado de ‘aniquilação’. Nenhum outro exército no mundo seria capaz de fazer algo assim”, afirmou Trump.
O presidente ainda descreveu o ataque como um “caminho para a paz”, referindo-se ao fim da guerra entre Israel e Irã, declarado na terça-feira (24). Durante a reunião, Trump leu uma carta atribuída à Comissão de Energia Atômica de Israel, que elogia a eficácia dos ataques.
“O devastador ataque dos EUA contra Fordow destruiu a infraestrutura crítica do local e tornou a instalação de enriquecimento completamente inoperante […] Acreditamos que os ataques atrasaram significativamente a capacidade do Irã de desenvolver armas nucleares por muitos anos", disse Trump durante leitura do texto.
+ Irã confirma versão de Trump e diz que instalações nucleares foram "gravemente danificadas"
Trump x imprensa americana
O presidente também criticou a mídia americana. "Essas pessoas [jornalistas] são terríveis, não têm credibilidade nenhuma”, disse.
As críticas ocorrem um dia após o The New York Times publicar uma reportagem desmentindo as falas de Trump de que as instalações de usinas do Irã haviam sido aniquiladas.
O jornal teve acesso a um relatório confidencial do governo que indica que o bombardeio americano não destruiu completamente as instalações nucleares, apenas atrasou o programa iraniano por alguns meses. Segundo o jornal, apenas as entradas de duas instalações foram seladas, e as estruturas subterrâneas resistiram aos impactos. O texto também informa que a maior parte do urânio enriquecido foi retirada antes dos ataques, o que reduziu o impacto real da operação.
