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Greve fecha Louvre nesta segunda (15) em meio a reivindicações por melhores condições de trabalho

Apoiada por 400 funcionários e três sindicatos, paralisação deve afetar cerca de 30 mil visitantes

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Paralisação ocorre após um roubo de joias em outubro | Reprodução/Reuters
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O museu do Louvre, em Paris, permanecerá fechado nesta segunda-feira (15) devido a uma greve por melhores salários e condições de trabalho. A paralisação, apoiada por 400 funcionários e anunciada por representantes sindicais, ocorre após um roubo de joias em outubro, avaliado em 88 milhões de euros (US$ 103,30 milhões), e em meio a problemas recentes de infraestrutura, incluindo um vazamento de água que danificou artigos antigos.

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A ação trabalhista, convocada pelos sindicatos Confédération Générale du Travail (CGT), Confédération Française Démocratique du Travail (CFDT) e SUD-Culture, acontece em meio ao que eles descrevem como "condições de trabalho cada vez mais degradadas" e falta de pessoal.

Christian Galani, representante da CGT, afirmou que 200 postos de trabalho foram eliminados nos últimos 15 anos, enquanto o número de visitantes aumentou em 50% no mesmo período. "A pressão sobre os funcionários tem crescido cada vez mais", disse. O Louvre recebe aproximadamente 30 mil visitantes por dia.

Elise Muller, secretária nacional do SUD-Culture, entende que os turistas ficarão decepcionados por não poder visitar o museu, mas disse que ela e seus colegas estão em greve para que o público possa usufruir do museu com segurança.

As reivindicações dos sindicatos incluem a contratação de mais funcionários permanentes, especialmente nas áreas de segurança e atendimento ao público, além da melhoria das condições de trabalho. Os sindicatos também se opõem a um aumento de 45% no preço dos ingressos para turistas de fora da União Europeia a partir de janeiro. O reajuste tem como objetivo ajudar a financiar reformas.

Relembre roubo em outubro

O crime ocorreu por volta das 9h30 da manhã (horário local) do domingo de 19 de outubro, 30 minutos após o Louvre ser aberto ao público. Os assaltantes usaram um guindaste, instalado em um caminhão, e alcançaram uma janela da Galerie d'Apollon, onde ficam expostas joias da coroa e peças da coleção de Napoleão Bonaparte.

Rachida Dati, ministra da Cultura da França, afirmou que a ação durou menos de 4 minutos e que, quando a polícia chegou ao local, os criminosos já tinham fugido. "Chegamos imediatamente, alguns minutos após recebermos a informação do roubo. A operação durou quase quatro minutos. Foi muito rápido. Temos que admitir que são profissionais", disse ela.

Uma investigação por furto em quadrilha organizada e associação criminosa foi aberta e confiada à Brigada de Repressão ao Banditismo (BRB), sob a autoridade da Promotoria de Paris. Falando à rádio France Inter, o ministro da Justiça da França, Gérald Darmanin, admitiu falhas na segurança e lamentou que o caso possa sujar a imagem do país.

"O que é certo é que falhamos, porque alguém foi capaz de colocar um caminhão guindaste em plena luz do dia nas ruas de Paris, para que as pessoas se aproximassem por alguns minutos e levassem joias inestimáveis. Ter joias tão importantes roubadas de uma forma tão inacreditável, é claro, causa uma má impressão e também passa uma imagem muito negativa da França", disse o ministro.

Em meio à repercussão do caso, o governo disse que fará uma revisão das medidas de segurança em instituições culturais e que reforçará a vigilância nos locais. Quatro suspeitos foram presos pelo crime.

Além do Louvre, que conta com um acervo de mais de 33 mil obras, a França tem diversos museus considerados importantes para a história da arte.

Entre eles estão o Museu d'Orsay, famoso por sua coleção de obras-primas impressionistas e pós-impressionistas, e o Centro Pompidou, que concentra obras da arte moderna e contemporânea. Outro destaque é o Museu de Belas Artes de Lyon, que conta com obras de pintores como Rembrandt, Rubens, Delacroix e Monet, além de esculturas e outras peças.

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