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Austrália rejeita sediar cúpula climática com Turquia e impasse continua sobre COP31

O país anfitrião define a agenda e lidera a diplomacia necessária para chegar a acordos globais

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Vista aérea do Parque da Cidade, uma das principais sedes da COP30, em Belém | Reuters/Marx Vasconcelos
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Enquanto a COP30, em Belém (PA), termina nesta sexta-feira (21), a COP31, prevista para o ano que vem, ainda não tem país sede definido. A disputa é entre Austrália e Turquia, que apresentaram propostas em 2022 e não chegam a um acordo sobre a realização da cúpula climática.

Dividir o palco está descartado, ao menos do lado australiano. O primeiro-ministro Anthony Albanese disse nesta segunda-feira (17) que o país não será co-anfitrião com a Turquia, que teria se proposto a liderar conjuntamente a agenda, segundo a Reuters, que consultou fontes diplomáticas turcas.

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"Não seremos co-anfitriões porque ser co-anfitrião não está previsto nas regras da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Essa não é uma opção.", disse Albanese durante uma coletiva de imprensa em Melbourne.

A COP anual, ou Conferência das Partes, é o principal fórum do mundo para promover ações climáticas. Mas, com o passar dos anos, ela deixou de ser um encontro diplomático para se tornar uma grande feira comercial, onde os países anfitriões podem promover suas perspectivas econômicas. O anfitrião é importante porque define a agenda e lidera a diplomacia necessária para chegar a acordos globais.

As cartas trocadas nas últimas semanas entre Albanese e o presidente turco, Tayyip Erdogan, não resolveram a situação e parecem ter consolidado posições. As regras da ONU exigem unanimidade entre o bloco de 28 membros do "Grupo da Europa Ocidental e Outros", que tem a prerrogativa de sediar a COP31 e que inclui a Austrália e a Turquia.

Se não houver desistência de Austrália ou Turquia, a tarefa de hospedagem será transferida para Bonn, na Alemanha, que abriga a sede climática da ONU. As autoridades alemãs, porém, disseram que não querem sediar a conferência.

Uma fonte diplomática turca familiarizada com o assunto disse que Ancara havia apoiado uma estrutura na qual a Austrália sediaria uma reunião de líderes logo antes da COP31, com foco nas nações insulares do Pacífico, que correm o risco de elevação dos mares.

Posteriormente, a Turquia sediaria o evento principal, com ambos os lados determinando conjuntamente a agenda de acordo com a proposta inicialmente discutida entre as partes, disse a fonte. O Ministério das Relações Exteriores da Turquia e o gabinete de Erdogan não comentaram imediatamente a proposta de estrutura conjunta.

(Renju Jose e Christine Chen e Jonathan Spicer, com reportagem adicional de Tuvan Gumrukcu em Ancara e Kate Abnett e Simon Jessop em Belém)

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