Avião dos Estados Unidos lança ajuda humanitária em Gaza
Suprimentos chegam após a morte de mais de 100 palestinos que recebiam doações e foram atingidos em ataque
Dois dias após a tragédia que vitimou mais de cem palestinos à espera de comida na Faixa de Gaza, os Estados Unidos realizaram uma operação de ajuda humanitária sobrevoando a região. Sessenta e seis caixas contendo cerca de 38 mil refeições e garrafas de água foram lançadas. Washington anunciou que novos voos com doações estão programados para os próximos dias.
Na quinta-feira, soldados israelenses abriram fogo enquanto palestinos tentavam se aproximar de caminhões carregados de comida na cidade de Gaza. Cento e dezoito pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas.
Tel Aviv alega que as vítimas foram pisoteadas durante o tumulto e que os disparos foram feitos para o alto visando controlar a multidão. Porém, funcionários da ONU e do Serviço Diplomático da União Europeia, que examinaram os corpos, afirmaram que muitas das mortes foram causadas por ferimentos de bala, exigindo uma investigação internacional. O incidente gerou repercussão em diversos países.
No Brasil, após as críticas do presidente Lula e do Itamaraty, foi a vez do vice-presidente se pronunciar contra a ação. Nas redes sociais, Geraldo Alckmin declarou que "abrir fogo contra civis viola os preceitos mais básicos da humanidade".
Enquanto isso, em Jerusalém, 15 mil israelenses marcharam pedindo um cessar-fogo e a libertação dos mais de 100 reféns ainda mantidos pelo Hamas. Os manifestantes culpam o governo de Benjamin Netanyahu por não avançar nas negociações.
Segundo altos funcionários dos Estados Unidos, Israel teria concordado com um cessar-fogo de seis semanas, aguardando a aprovação do Hamas. Os termos do acordo são desconhecidos. O grupo extremista vinha exigindo a retirada total das tropas israelenses de Gaza e um cessar-fogo total para liberar os reféns.