Ataque russo em cidade portuária da Ucrânia deixa dois mortos e 15 feridos
Bombardeios provocaram incêndios e danificaram prédios e infraestrutura ferroviária

Camila Stucaluc
A Rússia lançou um novo ataque com drones contra a Ucrânia nesta quinta-feira (1º). Os bombardeios atingiram a cidade portuária de Odessa e provocaram incêndios, danificando casas, escolas e um supermercado. Duas pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas.
O ataque ainda danificou vagões e trilhos da ferrovia estatal ucraniana Ukrzaliznytsia. Funcionários informaram que estão realizando reparos rápidos para garantir que os trens cheguem aos portos sem interrupção. No momento, os vagões estão seguindo uma rota alternativa.
Segundo a Força Aérea da Ucrânia, o exército russo lançou cinco mísseis balísticos e 170 drones durante o ataque. Dos drones, 74 foram interceptados.
O ataque acontece poucos dias antes do cessar-fogo anunciado pelo Kremlin. As forças russas concordaram em interromper a ofensiva no território ucraniano por três dias, de 8 a 10 de maio, para celebrar o Dia da Vitória sobre a Alemanha Nazista, na Segunda Guerra Mundial.
Em um episódio anterior, Moscou decretou um cessar-fogo nos dias 19 e 20 de abril, por ocasião da Páscoa. Ambos os países, no entanto, se acusaram de descumprir os termos em áreas isoladas, mesmo com uma redução na intensidade dos combates.
Negociações de paz
Apesar de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seguir pressionando por um cessar-fogo oficial, as delegações continuam sofrendo para chegar a um acordo.
Nesta semana, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reforçou que não aceitará entregar parte do território como condição de paz. A fala veio após Washington sugerir que Kiev abrisse mão da Crimeia – região ucraniana anexada pela Rússia em 2024 – como parte de um possível tratado de paz. Segundo o líder, a guerra deve terminar sem benefício territorial para Moscou.
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Esse é apenas um dos pontos em que os países não concordam, segundo funcionários dos governos. Tal impasse está “irritando” Trump, que já ameaçou abandonar a mediação do diálogo caso os países não apresentem propostas concretas para acabar com a guerra. "Se uma das duas partes tornar as coisas muito difíceis, vamos dizer vocês são tolos e deixar para lá”, disse o presidente.