Ataque a ambulâncias em Gaza foi erro, admite Exército de Israel
Relatório aponta "mal-entendido operacional" em ação que matou 15 socorristas em Rafah; subcomandante será afastado

SBT News
O Exército de Israel reconheceu neste domingo (20) falhas graves em uma operação que matou 15 socorristas palestinos em março na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Segundo a investigação, um subcomandante confundiu ambulâncias com veículos de militantes do Hamas devido à má visibilidade noturna e ordenou os disparos. No entanto, vídeos mostram os veículos com luzes de emergência ligadas e logotipos visíveis. O militar será afastado, e o relatório foi encaminhado ao procurador-geral militar.
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Entre os mortos estavam oito membros da organização humanitária Crescente Vermelho, seis da Defesa Civil e um funcionário da ONU. As vítimas foram atingidas enquanto tentavam socorrer uma ambulância atacada momentos antes. Segundo testemunhas, após o tiroteio, que durou mais de cinco minutos, tratores militares passaram por cima dos corpos e veículos, enterrando-os em uma vala comum. A ONU só conseguiu acessar a área uma semana depois.
A investigação negou execução ou tentativa de ocultar o caso, mas admitiu que esmagar os veículos foi uma decisão equivocada. Não ficou claro se algum dos mortos tinha ligação com grupos armados. O Exército afirmou que lamenta as mortes de civis e classificou o caso como “mal-entendido operacional”.
Segundo as autoridades de Gaza, a ofensiva de Israel, iniciada após o ataque do Hamas em outubro de 2023, já matou mais de 51 mil palestinos.