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Argentinos vão às ruas enquanto Milei reduz políticas de memória sobre a ditadura

Argentinos protestam por justiça pelos crimes da regime militar, que completa 49 anos nesta segunda-feira (24)

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Protesto Argentina - Reprodução/Redes
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Milhares de argentinos participaram, nesta segunda-feira (24), da marcha pelo Dia da Memória, da Verdade e da Justiça na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, relembrando os 49 anos do golpe militar de 24 de março de 1976.

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O ato reuniu organizações de direitos humanos, sindicatos, partidos políticos e movimentos sociais. Os manifestantes entoaram slogans e críticas ao governo de Javier Milei, especialmente em relação ao número de 30 mil desaparecidos durante a ditadura, contestado pelo presidente.

Entre os primeiros a discursar estavam Elia Espen, da Linha Fundadora das Mães da Praça de Maio, Estela de Carlotto, presidente das Avós da Praça de Maio, e Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz.

Em seus discursos, classificaram a ditadura como um "golpe genocida" e reafirmaram: "Não esquecemos, não perdoamos e não nos reconciliamos".

Os participantes também lembraram o confronto violento entra a polícia e torcedores de times argentinos durante manifestação sobre a reforma da previdência. Apoiando os idosos que temem perder poder de compra em razão da política econômica de Milei, os torcedores se uniram em uma das principais manifestações populares recentes no país vizinho.

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Milei enfraquece memória à ditadura

O governo Milei tem contestado afirmações históricas das organizações de direitos humanos, especialmente em relação ao número de vítimas da ditadura. Enquanto entidades apontam 30 mil mortos e desaparecidos, o governo reconhece oficialmente 8.600, número considerado subnotificado.

Desde que assumiu o cargo no fim de 2023, Milei tem reduzido políticas de memória e promovido demissões em órgãos de direitos humanos, frequentemente criticados pela direita.

Além dos cortes, o governo pretende enviar ao Congresso um projeto de lei para tornar imprescritíveis os crimes cometidos por grupos guerrilheiros antes da ditadura, de acordo com o jornal La Nacion.

O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, mencionou especificamente o assassinato do capitão do Exército Humberto Viola e de sua filha de três anos, em 1974, pelo Exército Revolucionário do Povo (ERP), grupo guerrilheiro que optou pela luta armada contra a ditadura.

A proposta tem chances de ser aprovada na Câmara, onde o governo tem apoio, mas enfrenta dificuldades no Senado, controlado pela oposição peronista.

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