Após protestos, israelenses bloqueiam ruas e anunciam greve geral
Instituições governamentais, escolas e bancos ficarão fechados por 24h; paralisação também afeta transporte público
Dezenas de manifestantes voltaram às ruas de Israel, nesta segunda-feira (2), para exigir um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Na capital, Tel Aviv, algumas ruas foram bloqueadas pelos manifestantes, que aderiram à greve geral de 24h anunciada pelo Histadrut – um dos sindicatos mais poderosos do país.
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Instituições governamentais e municipais, escolas e bancos amanheceram fechados. O aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, estará fechado entre 8h e 10h, enquanto o metrô e a ferrovia Carmelit de Haifa irá operar com capacidade reduzida. As principais empresas de ônibus Egged, Dan e Metropolin também estão participando da paralisação.
Segundo o sindicato, a expectativa é que empresas privadas e outros serviços, como cinemas, lojas e restaurantes, também fechem as portas.
A greve geral foi anunciada para aumentar a pressão contra o governo israelense por um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A ação ocorre após o exército recuperar os corpos de seis reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. Eles foram encontrados em um túnel na cidade de Rafah, no sul de Gaza.
Com isso, os manifestantes pedem um acordo que garanta o retorno imediato dos reféns à Israel. Até o momento, menos de 100 dos cerca de 250 reféns foram libertados, em troca de palestinos mantidos como prisioneiros por Israel. A ação ocorreu no fim de 2023, após Israel e Hamas fecharem um acordo de trégua temporária.
Impasse no governo
As negociações de cessar-fogo, que se arrastam há meses, têm gerado críticas ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por sua incapacidade de alcançar um acordo. Isso porque ele conta com grande apoio para sua estratégia de "vitória total" contra o Hamas, mesmo que isso signifique adiar os acordos para a libertação dos reféns.
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O cenário provocou uma divisão dentro do governo. Altos funcionários militares e de segurança, incluindo o ministro da Defesa, Yoav Gallant, defenderam a conclusão do acordo para o resgate dos reféns, alertando que o “tempo estava se esgotando”.