Publicidade
Mundo

Marina cobra que COP28 defina melhor o que fazer com os combustíveis fósseis

Acordo final pode, de novo, tratar o maior poluente como algo a ser substituído gradativamente e, não, eliminado

Imagem da noticia Marina cobra que COP28 defina melhor o que fazer com os combustíveis fósseis
BR
• Atualizado em
Publicidade

"A métrica de sucesso dessa COP vai depender da linguagem em relação aos combustíveis fósseis", disse Marina Silva em um discurso na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP28), nesta 2ª feira (11.dez). A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática tocou no assunto mais sensível do evento. Ou melhor, do planeta.

Os combustíveis fósseis são responsáveis por entre 75 e 85% de todas as emissões de gases de efeito estufa, conforme publicações científicas sobre o tema, como as da própria ONU. Ainda assim, a edição de número 28 da COP pode ser concluída sem uma definição do que fazer com o principal causador do aquecimento global.

Não à toa, Marina chamou atenção para a linguagem sobre como os combustíveis fósseis seriam tratados no relatório final do evento, que vale como um acordo entre os países signatários. Assim como a Ministra, ativistas ambientais de todo o mundo exigem que se fale em eliminação e não em, por exemplo, substituição gradativa.

"Definir como eliminação daria mais força ao documento, mesmo que não cumprido na totalidade. Melhor do que substituição, termo já usado e que não surtiu efeito algum até hoje", explica Marta Camila Carneiro, consultora sobre ESG e professora sobre sustentabilidade na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A dificuldade para definir com mais firmeza o que fazer com os combustíveis fósseis pode ser explicada pela presença nada discreta de lobbystas da indústria de petróleo e gás. Esse ano bateu recorde: 2.456 pessoas. Quatro vezes mais do que no ano passado. Para refletir se é ou não um exagero, saiba que a delegação dos dez países mais vulneráveis à mudança climática têm 1.509 representantes.

Limite do aquecimento

Marina e a delegação brasileira também defendem que as metas de mitigação dos gases de efeito estufa estejam atreladas ao objetivo de limitar o aquEcimento global em apenas 1,5°C acima do níveis pré-industrias. Esse é o nível máximo, conforme a ciência, para não se extinguir nenhum tipo de vida. Até então, os acordos das COPs citam que a limitação deve ficar "abaixo dos 2°C".

Veja também:

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade