Pais de brasileira desaparecida nos EUA clamam por agilidade na investigação
Adolescente está desaparecida há quase três semanas em Washington
SBT Brasil
Quase três semanas após o desaparecimento da brasileira Manuela Cohen, de 17 anos, em Washington, nos Estados Unidos, os pais dela vivem dias de muita angústia e não conseguem dormir.
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A família suspeita que um rapaz com quem a adolescente se relacionou, e que teria fornecido opioides pra ela, esteja envolvido no sumiço. Já são 18 dias sem a filha única por perto.
"A gente tá no inverno e aqui em Washington faz frio. Vai chegando de noite e eu não sei se a minha filha tá num lugar quente, se ela ta abrigada, se comeu alguma coisa, eu não sei", diz Bruno Cohen, pai de Manuel.
A polícia americana pediu aos pais de Manuela apenas esperem enquanto eles trabalham. "É frustrante esta resposta como mãe, como pai, porque aguardar é o que a gente tem feito ha quase 20 dias", diz Sofia Neiva, mãe da adolescente.
As últimas imagens de Manuela foram gravadas pela câmera de segurança do apartamento da família. Às 16h05 do dia 20 de novembro, ela conversa com o pai antes de sair, e desde então não retornou.
"Ela saiu assim sem aparentar estar com raiva nem chateada", diz a mãe. Os pais relatam que na mesma noite eles foram à delegacia, e no dia seguinte ao desaparecimento, a família recebeu uma mensagem de um número de um estado vizinho a Washington, Maryland.
"A mensagem era escrita em português bem do jeitinho que ela fala, sabe? Que é um português misturando com o inglês", diz a mãe. O texto da filha, segundo Neiva, dizia que ela precisava de tempo.
Como não foi possível rastrear a localização exata, a polícia não pode confirmar se o texto é da jovem brasileira. Sofia e Bruno também relataram às autoridades que um jovem de 21 anos estava em contato próximo com Manuela antes do desaparecimento. O norte-americano seria o responsável por ter fornecido opioides para ela.
"Ela descobriu o opioide, no caso o fentanil, foi uma válvula de escape dela de um trauma que ela já tinha tido atrás, teve depressão e síndrome do pânico também, e a gente não conseguiu enxergar isso, e aí foi quanto ela teve a primeira overdose", conta o pai.
Mãe e filha chegaram a passar uns meses no Brasil este ano para que Manuela estivesse longe da crise considerada uma epidemia nos Estados Unidos: o uso de opioides entre jovens com idades entre 14 e 18 anos. Dados da Universidade da Califórnia indicam que o número de overdoses por fentanil nesta faixa etária dobrou nos últimos anos.
Os policiais disseram à família que o americano que teria fornecido a substância à filha não pode ser investigado, pois o caso é de desaparecimento.
"Ela estava sempre, o tempo todo, como qualquer adolescente, nas redes sociais. Então eu acho que eu gostaria de terminar falando com ela. Manu, se você estiver assistindo isso, saiba que tem toda sua família, todos os seus amigos preocupados procurando por você, e a gente tá aqui de braços abertos te esperando".