Petroleiras geraram US$ 20 trilhões em dano climático em 33 anos, diz estudo
Arábia Saudita, Rússia, Irã, China e Emirados Árabes Unidos abrigam as maiores estatais de carbono
Um estudo da Climate Analytics apontou que o prejuízo climático causado pelas emissões das 25 principais petroleiras entre 1985 e 2018 é estimado em US$ 20 trilhões. Ao mesmo tempo, o lucro do grupo durante o período foi de aproximadamente US$ 30 trilhões, o que significa que as empresas ainda sairiam ganhando mesmo pagando pelo estrago.
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Arábia Saudita, Rússia, Irã, China e Emirados Árabes Unidos abrigam as maiores grandes estatais de carbono, com os maiores ganhos financeiros e danos incorridos. Das empresas privadas, ExxonMobil, Shell, BP, Chevron e TotalEnergies foram responsáveis pelos maiores prejuízos climáticos e tiveram os maiores ganhos financeiros.
Na América Latina, três empresas entram no ranking: a mexicana Pemex (5°), a Petróleos da Venezuela (11°) e a Petrobras (17°). Os ganhos da brasileira foram estimados em US$ 700 bilhões, enquanto os investimentos estimados para cobrir os impactos climáticos causados pelas atividades e produtos utilizados poderiam ser de US$ 500 bilhões.
"A dúzia mais suja das grandes empresas de carbono responde por cerca de US$ 15 trilhões em danos e US$ 21 trilhões em ganhos. Enquanto isso, desastres sem precedentes alimentados pelas mudanças climáticas tornam mais urgente a defesa de um mecanismo de financiamento robusto para perdas e danos", diz a Climate Analytics.
O instituto alerta, no entanto, que os danos climáticos devem ter aumentado significativamente nos últimos anos, sobretudo devido à guerra na Ucrânia. O cenário se deu às interrupções russas no fornecimento de gás e petróleo ao Ocidente levaram os países a buscarem outros fornecedores, aumentando as produções ao redor do mundo.
A pesquisa foi publicada poucas semanas antes da Conferência sobre as Mudanças Climáticas (COP-28), que será realizada entre 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai. O encontro reúne quase 200 países e tem como objetivo desenvolver medidas precisas para preservar o meio ambiente e impedir que a temperatura global suba mais de 2ºC.
Isso porque o Acordo de Paris estabelece metas de longo prazo para orientar as nações a reduzir substancialmente as emissões globais de gases de efeito estufa para limitar o aumento da temperatura global em 1,5ºC até 2100. A meta, no entanto, conseguirá ser cumprida apenas se os os países conseguirem reduzir as emissões significativamente até 2030.
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Caso o objetivo não seja alcançado, cientistas alertam que o mundo terá cada vez mais eventos climáticos extremos, como chuvas fortes e ondas de calor severas, aumentando as destruições por inundações e incêndios florestais. O rápido derretimento das geleiras também aumentará o nível do mar, fazendo com que cidades costeiras desapareçam completamente.