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"Som da Liberdade": filme mais polêmico do ano estreia nesta semana

Entenda o que está por trás da produção que já rendeu mais de dez vezes o valor do próprio orçamento

Imagem da noticia "Som da Liberdade": filme mais polêmico do ano estreia nesta semana
Angel Films / Distribuição Paris Filmes
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Este filme está rodeado de polêmica, mais pelo que está em volta do que pela própria história que se vê na tela. Foi ligado à propaganda política, grupos que propagam teorias da conspiração, e por isso levanta debates acirrados. Mas, o que vemos é uma história triste sobre exploração e tráfico de crianças, baseada em um drama da vida real. Uma temática extremamente relevante que precisa ser discutida. "Som da Liberdade" é um  sucesso de bilheteria e chega ao Brasil nesta quinta, dia 21. A equipe está no Brasil para divulgação da produção e aqui a gente detalha um pouco mais dessa polêmica para você.

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Um thriller de ação, dramático e de baixo custo, feito por um estúdio independente (Angel) que o concluiu a partir de uma vaquinha virtual. Arrecadou mais de 17 milhões de dólares. Ao redor do mundo, já rendeu mais de 12 vezes esse valor (US$ 210 milhões) e nos Estados Unidos superou a bilheteria de filmes como "Indiana Jones" e "Missão Impossível 7". "Som da Liberdade" já é considerado um dos maiores sucessos do cinema independente. 

Inicialmente o projeto havia sido adquirido pela Fox, mas foi arquivado após a compra do estúdio pela Disney. Sobrou para a pequena produtora conhecida por fazer filmes religiosos. 

A trama é baseada na vida de Tim Ballard, um agente do Departamento de Segurança Interna do governo americano ,que largou o posto para fazer justiça com as próprias mãos e se tornou ativista em uma missão para resgatar crianças na América Latina. Ele fundou a Operation Underground Railroad (OUR), organização sem fins lucrativos anti-tráfico sexual. 

Ballard e a própria ONG já foram contestados colocando em questão o método e a abordagem da operação, por serem exagerados ou sem evidências documentais claras. 

No filme quem o interpreta é o ator Jim Caviezel, que fez Jesus em "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, e que viralizou nos últimos tempos com discursos sobre teorias da conspiração.

Grande parte da controvérsia do filme vem de Caviezel e Ballard, que apoiaram abertamente grupos que defendem teorias da conspiração. 

Daí toda a polêmica em cima da produção e foi a curiosidade do que está na tela que também levou milhares de pessoas ao cinema. 


Angel Films / Distribuição Paris Filmes

O filme foi dirigido pelo mexicano Alejandro Monteverde e atriz Mira Sorvino também está no elenco. Há mais de duas décadas ela trabalha para combater o tráfico infantil, e já foi embaixadora da ONU pela causa. Ela diz que o filme não se trata de uma questão política, mas de uma crise dos nossos tempos e que a produção só pretende abrir os olhos das pessoas para o que está acontecendo.

"Espero que este filme contribua para uma mudança global no coração das pessoas, porque acho que você realmente vai se apaixonar pelas crianças deste filme, são lindas e atuam tão bem. Você sente que está assistindo pessoas reais, não atores infantis que estão sendo instigados a uma atuação ou apenas lendo falas. Elas são tão emotivas e tão empáticas. você vê seus próprios filhos nelas. Eu sou mãe de quatro filhos, você vê suas crianças neles e você não suporta o que eles estão passando. E, depois há este lindo raio de esperança na trama que mostra que podemos ajudar estas crianças a sair desta situação a nível global. 

É isso que espero que este filme estimule: que as pessoas se engajem. Este filme é arte, realmente o acho lindo, bem feito, com belas atuações e fotografia. Eu tenho uma participação muito pequena nisso, não espere ver muito de mim. Mas, o filme em geral é muito artístico e eu acho que realmente funciona nesse nível instintivo, de que você será levado para dentro da história, você pode chorar e então se sentir inspirado a agir sozinho", conta a atriz.

De acordo com estimativas da ONU, cerca de 2,5 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano a cada ano. E acredita-se que 10 milhões de crianças são mantidas em regime de escravidão, ainda nos dias de hoje.

O filme não promove teorias da conspiração, e acerta em levantar o debate de como podemos proteger mais as nossas crianças.

"Não vemos e, em geral, não temos notícias das pessoas que passaram por isso. Embora existam alguns líderes sobreviventes fantásticos, mas eles não estão por aí em grande número e ninguém está preocupado com o voto deles. Então, é uma espécie de roda que ao girar ganha força para fazer mais barulho. Todos nós temos que agora entrar nessa roda e fazer barulho junto com eles e dizer: basta, acabem com isso agora", conclui Mira Sorvino.

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