Reino Unido impõe sanções a juízes russos por condenação de opositor de Putin
Vladimir Kara-Murza foi condenado a 25 anos de prisão por disseminar notícias falsas sobre guerra na Ucrânia
Camila Stucaluc
O governo do Reino Unido impôs, na 2ª feira (31.jul), sanções contra seis figuras russas envolvidas no julgamento de Vladimir Kara-Murza. O político, um dos principais críticos do governo de Vladimir Putin, foi condenado a 25 anos de prisão após pressionar o Ocidente a impor restrições contra Moscou por crimes de guerra cometidos na Ucrânia.
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Segundo o governo britânico, a decisão aconteceu após o tribunal de Moscou negar o recurso apresentado pela defesa de Kara-Murza. Foram sancionados três juízes, dois promotores e uma perita por "condenação politicamente motivada". Pelas redes sociais, o primeiro-ministro Rishi Sunak pediu a liberação imediata do político.
This is desperate and unfounded.
? Rishi Sunak (@RishiSunak) July 31, 2023
Rejecting @vkaramurza?s appeal is unjustifiable. He should be released immediately.
The United Kingdom stands with him and his family. https://t.co/hjBPvmsEVp
"As sanções de hoje seguem-se a medidas punitivas que o Reino Unido já tomou contra os envolvidos no caso de Kara-Murza. Em abril de 2023, o governo do Reino Unido sancionou 5 indivíduos: um juiz, dois investigadores envolvidos no julgamento de Kara-Murza e dois agentes do FSB [Serviço Federal de Segurança russo]", disse o governo.
Kara-Murza é um político da oposição, jornalista e ativista dos direitos humanos na Rússia. Ele é uma das poucas figuras que ficou no país e continuou se manifestando contra a invasão russa na Ucrânia, uma vez que Moscou aprovou leis que estipulam a prisão e punição para aqueles que criticam a chamada "operação militar especial".
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Em meio às declarações, o político foi capturado pelo governo russo e acusado de traição e de disseminar informações falsas sobre as Forças Armadas russas. A última, que pode resultar em 15 anos de prisão, também já atingiu outros de 400 cidadãos. "Corajosamente, Kara-Murza falou apenas a verdade sobre a invasão ilegal da Ucrânia por Putin", frisou o governo britânico.