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Morre Ted Kaczynski, o "Unabomber", que enviava cartas-bomba pelo correio

Conhecido por vários atentados a bomba entre os anos 1970 e 1990, foi encontrado morto em uma prisão federal nos EUA

Imagem da noticia Morre Ted Kaczynski, o "Unabomber", que enviava cartas-bomba pelo correio
cabana do unabomber e Ted Kaczynski preso e morto aos 80 anos
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Na manhã deste sábado (10.jun), Theodore Kaczynski, ou Ted Kaczynski, 81 anos, conhecido por Unabomber, foi encontrado morto em sua cela, onde estava preso, no Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

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As informações são de um porta-voz da FBP, agência federal norte-americana responsável pela gestão do sistema prisional. Ele foi encontrado inconsciente em sua cela e declarado morto por volta das 8h.

A causa da morte ainda não foi divulgada. Marcado como Unabomber pelo FBI, Kaczynski admitiu ter cometido 16 atentados a bomba entre 1978 e 1995, matando três pessoas e ferindo outras 23 em uma série de atentados cometidos por meio de envio de correspondências-bomba, mutilando várias de suas vítimas.

Origem e apelido

Ted Kaczynski nasceu em 22 de maio de 1942, em Chicago. Era filho de católicos poloneses, uma dona de casa e o pai era fabricante de salsichas. Ele tocada trombone na banda da escola e colecionava moedas. Kaczynski era considerado um gênio, ele pulou a 6ª e a 11ª séries.

Durante o colégio, ele mostrou a um colega de escola como fazer uma minibomba que foi detonada durante uma aula de química. Em Harvard, onde se formou matemático, os colegas o lembram como um menino magro, solitário, com higiene pessoal precária.

Chegou a trabalhar como professor de matemática na Universidade de Michigan em Ann Arbor, onde desistiu por achar o trabalho difícil. No final dos anos 1970, Ted começou a trabalhar em um fabricante de produtos de espuma de borracha nos arredores de Chicago com seu pai e irmão, mas após uma supervisora terminar com ele, depois de dois encontros, ele começou a publicar versos com insultos, até que seu irmão David o demitiu.

Em 1971 comprou uma cabana de madeira, sem aquecimento, encanamento ou eletricidade, localizado no deserto de Lincoln, em Montana, onde começou a planejar sua vingança.

Foto de Ted Kaczynski e da cabana onde planejava e fabricava os pacotes bomba | FBI

Mortes e ataques em série

O FBI o chamou de Unabomber porque os primeiros alvos eram universidades e companhias aéreas.

Uma bomba foi acionada por altitude quando em 1979 ele conseguiu fazer o dispositivo explodir em um voo da American Airlines, afetando 12 pessoas a bordo que inalaram fumaça.

Ele também matou um proprietário da loja de aluguel de computadores Hugh Scrutton, o executivo de publicidade Thomas Mosser, e o lobista da indústria madeireira Glbert Murray.

Entre as mortes mais marcantes nos Estados Unidos foram a do geneticista californiano Charles Epstein e do especialista em computação da Universidade de Yale David Gelernter, que foram mutilados por bombas, com lâminas de barbear, canos e pregos, num intervalo de dois dias no mês de junho de 1993.

A série de atentados interrompeu as viagens aéreas na costa oeste dos Estados Unidos em julho de 1995.

Fez diversas ameaças e depois disse que era "pegadinha". Ele enviou várias cartas e bombas para jornais e cientistas em 1995. Além disso, ele conseguiu forçar os maiores jornais norte-americanos -- The New York Times e The Washington Post -- a publicar um manifesto de 35 mil palavras. Intitulado "Sociedade Industrial e seu futuro", o terrorista afirmava em texto que a sociedade e as tecnologias modernas estavam levando a uma sensação de impotência e alienação.

Manifesto do Unabomber que foi publicado pelo The New York Times e pelo Washington Post | U.S. Marshals

Fuga mais longa e cara da história

Ficou foragido por 20 anos, em uma das caçadas mais longas e caras dos Estados Unidos, até ser capturado pelas autoridades em 1996, quando o irmão de Kaczynski, David e sua esposa Linda Patrik, denunciaram Ted ao FBI e ele foi preso em uma cana de madeira compensada de 3 por 4 metros, no deserto da cidade de Lincoln, em Montana.

No local foi encontrado diários, um diário codificado, ingredientes para produzir explosivos e duas bombas completas.

Replica da bomba construída por Kaczynski | FBI

Em seus diários, foi percebido que Kaczynski sofria de problemas mentais, o que foi confirmado após uma entrevista com um psiquiatra na prisão que o diagnosticou como um esquizofrênico paranoico.

"Os temas centrais envolvem sua crença de que está sendo caluniado e assediado por familiares e pela sociedade moderna", segundo relato de Sally Jonhson, em um relatório de 47 páginas.

Não se considerava doente mental e se declarou culpado, Ted Kaczynski não se considerava doente mental e quando os advogados tentaram apresentar uma defesa de insanidade, ele tentou demiti-los.

Depois, tentou se enforcar com uma cueca. Ele impediu os advogados de fazer uma defesa de insanidade e se declarou culpado pelos atentados.

*com informações a Associated Press

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