Rei Charles III sinaliza apoio a estudo sobre realeza e escravidão
Ação acontece após divulgação de documento comprovando troca entre Coroa e empresa de escravos
Camila Stucaluc
O Palácio de Buckingham informou que, pela primeira vez, o rei Charles III sinalizou apoio ao desenvolvimento de um estudo sobre a relação da monarquia britânia com a escravidão entre os séculos XVII e XVIII. Segundo a Coroa, Charles se preocupa "profundamente" com o assunto, estudado por pesquisadores da Universidade de Manchester.
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"Esta é uma questão que Sua Majestade leva profundamente a sério. Como parte dessa iniciativa, a casa real está apoiando esta pesquisa através do acesso à coleção real e aos arquivos reais", disse o Palácio de Buckingham. Com o acesso aos documentos, espera-se que o estudo seja finalizado pela universidade em 2026.
A declaração da Coroa acontece após uma reportagem do The Guardian, que mostrou documentos de 1698 comprovando trocas comerciais entre o Rei Guilherme III e a Royal African Company - empresa de tráfico de escravos. Foi descoberto que a família real aumentou as ações à medida que os lucros com a escravidão se expandiram na Inglaterra.
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O jornal também citou outras atividades da realeza britânica. Entre elas está a da Rainha Ana, que expandiu "dramaticamente" as atividades de comércios de escravos na nação, garantindo que a Espanha assinasse, em 1713, um tratado monopolista para fornecer pessoas africanas escravizadas às colônias da Espanha na América do Sul.