Protestos no Peru têm confronto violento com a polícia
Manifestantes se reuniram em Lima. Eles pedem a renúncia da presidente e a convocação de novas eleições
SBT News
Em mais um dia de intensos protestos nos Peru, a capital Lima foi palco de um confronto violento entre manifestantes e a polícia nesta 5ª feira (19.jan). Um prédio foi incendiado e o número de mortos já chega a 50.
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Convocados por organizações e grupos partidários ao ex-presidente Pedro Castillo, destituído em 7 de dezembro, os manifestantes, em sua grande maioria de regiões remotas dos Andes, se reuniram no centro histórico de Lima, mas foram impedidos de chegar aos principais prédios do governo. Eles pedem a renúncia de Dina Boluarte, presidente do país, dissolução do Congresso e a convocação de novas eleições.
As cidades de Arequipa, Juliaca e Cusco também registraram manifestações. Nos locais, centenas de pessoas tentaram entrar à força nos aeroportos.
A situação, segundo o governo do país, só foi controlada no fim da noite de 5ª, e deixou um total de 22 policiais e 16 civis feridos. Em pronunciamento televisionado, Dina Boluarte agradeceu à polícia por controlar os "protestos violentos" e prometeu processar os responsáveis pela violência. A presidente também criticou os manifestantes por "não terem nenhum tipo de agenda social que o país precisa", acusou-os de "querer quebrar o Estado de Direito" e questionou seu financiamento.
Crise política
A crise política no Peru se arrasta há anos, com 6 presidentes em 4 anos. Mas se agravou em dezembro do ano passado, com a destituição e prisão do primeiro líder peruano de origem rural andina, Pedro Castillo, após a tentativa fracassada de autogolpe, quando tentou fechar o Parlamento e convocar uma Assembleia Constituinte. Desde então, o país é palco de manifestações que tem colocado o governo da substituta Dina Boluarte à prova.
Mortes
Desde o início das manifestações, em 7 de dezembro, 54 pessoas morreram em protestos. O alto número de óbitos levou o Ministério Público peruano a instaurar um inquérito de genocídio contra a presidente e funcionários do gabinete.