COP27: Brasil pode ser 1º país a neutralizar emissões e lucrar trilhões
Conjunto de estudos mostra como o país pode ser sustentável e rentável, um exemplo para o mundo
Pablo Valler
A primeira grande ou média economia a neutralizar suas emissões de carbono até 2030 deve ser o Brasil. Além disso, adicionar ao PIB entre US$ 100 bilhões a US$ 150 bilhões anuais. A contabilidade foi apresentada na 27ª Conferência das Parte da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), nesta 4ª feira (9.nov).
O estudo "The Amazon?s Marathon: Brazil to lead a low-carbon economy from the Amazon to the world" (A Maratona Amazônica: Brasil pode liderar economia de baixo carbono da Amazônia para o mundo) é um documento que reúne pesquisas e análises desenvolvidas por instituições, organizações e especialistas que são referências sobre a Amazônia. Um deles é o climatologista Carlos Nobre, assim como a presidente e cofundadora do Instituto Igarapé, Ilona Szabó. Há também outros cientistas, líderes empresariais e do setor social, além de comunidades locais, incluindo indígenas.
Nas páginas, mostram o potencial da região com as estratégias de mitigação de emissões de gases efeito estufa (GEE), destacando projetos escaláveis com impacto positivo no meio ambiente e centrada nas pessoas. Conforme o estudo, o Brasil pode mitigar 1,3 Gton de carbono até 2030, quantidade superior à sua própria pegada atual de carbono, e contribuir com cerca de 1,9 Gton em excedente de carbono para o resto do mundo até 2050.
No que se refere ao crescimento econômico, o desenvolvimento da bioeconomia pode destravar um mercado estimado em US$ 1,3 trilhão e gerar US$ 50 bilhões a mais por ano até 2030.
Mas, antes de ganhar é preciso investir. Adaptar a trajetória do Brasil para o crescimento verde demandará um capital industrial e natural entre US$ 35 bilhões e US$ 76 bilhões ao ano.
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