Alemanha condena ex-guarda nazista de 101 anos a cinco anos de prisão
Josef S. teria auxiliado no assassinato de 3,5 mil pessoas durante a Segunda Guerra Mundial
O tribunal da Alemanha condenou, nesta 3ª feira (28.jun), um ex-guarda da SS (organização paramilitar ligada ao partido nazista) a cinco anos de prisão. Segundo a promotoria, o homem, agora com 101 anos, auxiliou no assassinado de 3,5 mil pessoas no campo de concentração de Sachsenhausen - ativo entre 1936 e 1945.
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O julgamento de Josef S. foi iniciado no fim do ano passado e durou cerca de nove meses. Ele foi acusado de "cumplicidade na morte" dos prisioneiros no campo, onde atuou de 1941 até 1945. Além de assassinatos a tiros, alguns dos detentos, sobretudo políticos, foram mortos por meio do Zyklon-B, gás venenoso também utilizado em Auschwitz.
Apesar das comprovações, o idoso declarou-se inocente até o final, afirmando que não fez "absolutamente nada" no campo de concentração e que não tinha conhecimento dos vastos crimes que ocorreriam no local.
Nos últimos 10 anos, a Alemanha julgou e condenou quatro ex-membros das SS ao ampliar para os guardas dos campos e para outros executores das ordens nazistas a acusação de cumplicidade por assassinato. O objetivo é demonstrar a severidade da justiça, considerada, no entanto, tardia pelas vítimas.
Além do caso de 2011 contra John Demjanjuk, os promotores alemães também levaram a julgamento Oskar Gröning, o "contador em Auschwitz", e Reinhold Hanning, guarda da SS em Auschwitz. Gröning e Hanning tinham mais de 89 anos quando condenados, mas morreram sem cumprirem suas penas.
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O julgamento de Josef S. é um dos últimos relacionados ao crime na Alemanha.