Reino Unido enfrenta maior greve ferroviária em 30 anos
Cerca de 40 mil trabalhadores ferroviários farão greve por três dias e podem ser seguidos por outros setores
![Reino Unido enfrenta maior greve ferroviária em 30 anos](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2Fsindicato_Rail_Maritime_and_Transport_Union_RMT_db9c45593a.jpg&w=1920&q=90)
O Reino Unido enfrenta nesta 3ª feira (21.jun) uma greve ferroviária que pode ser a maior em 30 anos e o início de um "verão de descontentamento" no país.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Enfrentando o maior aperto econômico em décadas, cerca de 40 mil trabalhadores ferroviários farão greve hoje, 5ª feira (23.jun), e sábado (25.jun), e devem ser seguidos por outros setores, informaram os sindicatos. Professores, médicos e advogados já anunciaram que devem sair a partir da próxima semana.
A disputa se concentra em salários, condições de trabalho e segurança no emprego. Assim como o resto do mundo, o aumento dos preços dos alimentos e combustíveis levou a inflação para quase 10% no país, o sindicato Rail, Maritime and Transport Union (RMT) não aceitou a ofertas das empresas ferroviárias de um aumento salarial de 3%.
"Diante de uma agenda tão agressiva de cortes de empregos, condições, salários e pensões, a RMT não tem escolha a não ser defender industrialmente nossos membros para impedir essa corrida ao fundo.
As greves na Network Rail, nos Train Operators e no metrô de Londres continuarão, e novamente pedimos aos nossos membros que permaneçam firmes, apoiem a ação, montem os piquetes e demonstrem sua vontade de lutar pela justiça no local de trabalho.", anunciou o sindicato nesta 3ªfeira (21.jun)
Com o número de passageiros ainda abaixo dos níveis pré-pandemia e o governo encerrando o apoio de emergência que manteve as ferrovias funcionando nos últimos dois anos, as ferrovias britânicas lutam para se adaptar aos hábitos de viagem e deslocamento alterados -- talvez para sempre -- pela pandemia de coronavírus e argumentam que não podem oferecer mais, dado o número atual de passageiros. Houve quase 1 bilhão de viagens de trem no Reino Unido no ano até março, em comparação com 1,7 bilhão nos 12 meses anteriores à pandemia.
A diminuição no fluxo de passageiros provocou o corte de custos e pessoal.
Embora o governo conservador de Boris Johnson diga que não está envolvido nas negociações, o sindicato afirma que o governo desempenha um papel importante no setor fortemente regulamentado, incluindo o fornecimento de subsídios muito antes da pandemia, e argumenta que poderia dar às empresas ferroviárias mais flexibilidade para oferecer um aumento salarial substancial.
O governo alertou que grandes aumentos provocarão uma espiral de preços e salários, elevando ainda mais a inflação.
* Com informações da Associated Press