Talibã considera infundadas preocupações da ONU sobre direitos das mulheres
Grupo alegou que normas estão de acordo com os valores religiosos e culturais da sociedade
O Talibã rejeitou, nesta sexta-feira (27.mai), o pedido do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para reverter as políticas impostas às mulheres e meninas no Afeganistão. Segundo o grupo, as preocupações da comunidade internacional são "infundadas", uma vez que as normas estão de acordo com os valores da sociedade em questão.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
As políticas impostas pela gestão talibã vem resultando em diversas críticas de líderes internacionais nas últimas semanas. Uma das principais preocupações está relacionada à limitação do acesso à educação e trabalho ao grupo feminino, além de restrições à liberdade de movimento e participação no âmbito político.
Outro ponto mencionado é o recente anúncio obrigando todas as mulheres a cobrirem o rosto em espaços públicos e durante transmissões na mídia, que, em caso de violação, pode resultar em punições por parte de parceiros ou de familiares homens. A ordem veio a partir de um comunicado "final e inegociável" do ministério da Virtude.
"Dado que o povo afegão é predominantemente muçulmano, o governo afegão considera que respeitar (o uso do) hijab islâmico está de acordo com os valores religiosos e culturais da sociedade e com as aspirações da maioria das mulheres afegãs", justificiou a pasta.
+ Mais de 1 milhão de crianças afegãs podem enfrentar desnutrição grave
Ontem (26.mai), o relator especial da ONU para os direitos humanos no Afeganistão, Richard Bennett, afirmou que as restrições impostas pelo Talibã às mulheres no país descrevem um modelo político de total segregação de gênero, com o objetivo torná-las "invisíveis". Para o diplomata, as normas criam uma sociedade governada pelo medo.
Leia também
+ Atentados terroristas deixam ao menos 16 mortos no Afeganistão
+ Número de deslocados forçados no mundo supera os 100 milhões
+ Diretor da OMS reforça que "paz é um pré-requisito para a saúde"