Publicidade

Fora da lista de convidados do G7, Brasil fica isolado, avalia especialista

Pelo terceiro ano consecutivo, a maior economia da América Latina fica de fora da cúpula anual

Fora da lista de convidados do G7, Brasil fica isolado, avalia especialista
bandeiras dos países membros
Publicidade

A cúpula das sete principais economias do mundo, conhecida como G7, será realizada de 26 a 28 de junho, no castelo Elmau, no sul da Alemanha. Além do país que vai presidir o fórum, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos são membros permanente do grupo e estarão no evento, assim como os quatro países emergentes convidados de Berlim: Índia, África do Sul, Senegal e Indonésia. O Brasil não está entre eles. 

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

Pelo terceiro ano consecutivo, o maior PIB da América Latina fica de fora da reunião. Em 2020, havia a expectativa de que Donald Trump convidaria o Brasil, mas a cúpula foi cancelada devido à pandemia de covid-19. No ano seguinte, o Reino Unido não incluiu o país na seleta lista de convidados anuais. As mudanças na direção da política externa, e atritos entre o atual presidente e líderes europeus, como Emmanuel Macron, podem explicar a falta de convites recentes, segundo o analista de Inteligência Leonardo Paz, do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da FGV.  

"O Brasil está isolado hoje e, sem dúvida, faz parte da agenda - e aí eu não vou entrar no mérito se está certo ou errado, cada governo que decide o que é -, mas o fato é, a agenda, a falta de agenda, melhor dizendo, que o governo Bolsonaro faz na sua política exterior, somada com determinados posicionamentos que ele vai tendo, que vão contrários não só ao que o Brasil fazia anteriormente, mas de maneira geral, à tendência internacional", afirma Paz. Ainda segundo o pesquisador, o Brasil tinha uma ideia de política externa: se alinhar aos Estados Unidos de Donald Trump. No entanto, ela se perde com a derrota do Republicano para Joe Biden. "O governo brasileiro, desde então, fica perdido na sua política internacional, não consegue articular uma grande agenda", analisa. 

E não conseguir criar uma agenda - estar presente nos fóruns onde países de relevância decidem e alinham possíveis governanças globais -- significa para o país uma perda de capital político. Desde o fim do século 20, o Brasil busca ser um ator influente na agenda internacional, sendo porta-voz dos países em desenvolvimento com os países desenvolvidos. Ao deixar de ser chamado, ele também deixa de ser influente, explica o analista da FGV.

"O Brasil, passa uma boa parte da sua vida, especialmente do final do século 20 para cá, tentando ser um ator influente na agenda internacional, tentando ser também um pouco porta voz dos países em desenvolvimento, e, naturalmente, na medida que o Brasil começa (a ser porta-voz), isso é bom para o país, porque o Brasil passa a estar dentro de várias agendas", comenta e continua: "À medida que o Brasil começa a ficar completamente isolado, a não participar do fóruns, ele vai perdendo esse capital político que tinha. Vai deixando de ser cada vez mais relevante, por consequência, cada vez menos tendo a capacidade de influenciar o que está acontecendo. E, ao perder a capacidade de influenciar, ele perde a capacidade de tentar pautar a agenda internacional, dos vários temas, de acordo com as coisas que ele acha que são mais importantes".

O especialista, no entanto, entende que a tendência internacional é enxergar esse distanciamento da então agenda de política externa como algo que pode ser recuperado. Isso devido ao histórico prestigiado da diplomacia do país, que sempre conversou com todos as nações, assumiu um posicionamento neutro frente a conflitos, e de tomador de decisões em assuntos como política ambiental. Ao ser questionado sobre o que seria necessário para recuperar esse prestígio internacional, Paz diz acreditar que um trabalho de construção de confiança e recuperar "rapidamente" algumas políticas que foram desfeitas, como o combate ao desmatamento, vão dar novamente destaque ao país na diplomacia global.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

sbtnews
portalnews
mundo
giovanna colossi
g7
cúpula
alemanha
convite
politica

Últimas notícias

Novo DPVAT: Lula sanciona com vetos volta do seguro obrigatório de veículos

Novo DPVAT: Lula sanciona com vetos volta do seguro obrigatório de veículos

Donos de carros e motos terão que pagar nova taxa anualmente; valor ainda será definido
Mulher é assassinada pelo marido e homem é baleado pela polícia

Mulher é assassinada pelo marido e homem é baleado pela polícia

Autor do feminicídio se escondeu em banheiro e, depois, atacou policiais, sendo contido; crime foi registrado em Itaquaquecetuba (SP)
ENGANOSO: Governos atuam no resgate de vítimas no RS desde o dia 30, diferentemente do que diz vídeo

ENGANOSO: Governos atuam no resgate de vítimas no RS desde o dia 30, diferentemente do que diz vídeo

Confira a verificação realizada pelos jornalistas integrantes do Projeto Comprova
SP: Libaneses são sequestrados e criança é usada de escudo

SP: Libaneses são sequestrados e criança é usada de escudo

Integrantes de quadrilha foram presos após perseguição em Suzano
Brasil é escolhido para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027

Brasil é escolhido para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027

País concorreu contra candidatura tripla de Alemanha, Holanda e Bélgica; Seleção Brasileira já está classificada
Virada Cultural acontece neste fim de semana em São Paulo

Virada Cultural acontece neste fim de semana em São Paulo

Evento contará com 22 palcos em 12 regiões da cidade e incentivará doações para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
Brasil Agora: 151 mortes e 90% dos municípios atingidos no RS

Brasil Agora: 151 mortes e 90% dos municípios atingidos no RS

Confira essas e outras notícias que serão destaque nesta sexta-feira (17)
Salsa é o destaque da semana para compras em atacados

Salsa é o destaque da semana para compras em atacados

Abobrinha italiana e berinjela também estão entre produtos favoráveis; confira lista completa
STF rejeita recurso de Bolsonaro e mantém multa de R$ 15 mil por propaganda eleitoral irregular

STF rejeita recurso de Bolsonaro e mantém multa de R$ 15 mil por propaganda eleitoral irregular

Ex-presidente teria investido dinheiro para impulsionar vídeo com críticas a Lula no pleito de 2022
Nota Fiscal Paulista libera R$ 38 milhões em créditos; veja como resgatar

Nota Fiscal Paulista libera R$ 38 milhões em créditos; veja como resgatar

Valor é referente às compras realizadas em janeiro de 2024 e ficará disponível para transferência por um ano
Publicidade
Publicidade