Barbados se despede da rainha Elizabeth II e torna-se república
O país deu adeus ao passado colonial em cerimônia com príncipe Charles e a cantora Rihanna
Barbados não irá mais jurar lealdade à rainha Elizabeth II após realizar cerimônia para tornar-se uma república nesta 3ª feira (30.nov). O país se despediu de seu passado colonial governado pelo Reino Unido.
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Diversos nomes influentes, incluindo príncipe Charles, participaram do evento que começou na noite da última 2ª feira (29.nov) em uma praça popular onde a estátua do britânico Horatio Nelson foi removida em 2020 em combate aos símbolos da opressão.
Diversas telas foram instaladas em toda a ilha para transmitir a cerimônia, que não foi aberta ao público e contou com orquestra e fogos de artifício. A cantora Rihanna, que nasceu a pouco mais de um quilômetro de onde ocorria a cerimônia, foi declarada heroína nacional pela nação. Ninguém recebeu o título nos últimos 20 anos e somente 11 pessoas foram agraciadas com ele durante toda a história do país. O acontecimento também foi transmitido mundialmente.
Barbados se tornou independente do Reino Unido em novembro de 1966, mais de três séculos após os colonizadores ingleses chegaram e transformaram a ilha em uma rica colônia de açúcar com base no trabalho de centenas de milhares de escravos africanos.
Nas últimas décadas, a ilha começou a se desvincular de seus colonizadores. Em 2005, Barbados abandonou o Conselho Privado com sede em Londres e escolheu o Tribunal de Justiça do Caribe, com sede em Trinidade, como seu último tribunal de apelação. Em 2008, propôs um referendo sobre se tornar uma república, mas foi adiado indefinidamente. No ano passado, Barbados anunciou planos para deixar de ser uma monarquia constitucional.
A bandeira, o brasão e o hino nacional de Barbados permanecerão os mesmos, mas algumas referências serão alteradas, segundo Suleiman Bulbulia, colunista do jornal Barbados Today. Ele escreveu que os termos "real" e "coroa" não serão mais usados, então a Força Policial Real de Barbados se tornará o Serviço de Polícia de Barbados e "terras da coroa" se tornarão "terras do estado".
O Parlamento da ilha elegeu seu primeiro presidente no mês passado, por maioria de dois terços dos votos. A governadora-geral de Barbados, Sandra Mason, 72 anos, é advogada, juíza e também serviu como embaixadora da Venezuela, Colômbia, Chile e Brasil. Ela ajudará a primeira-ministra Mia Mottley a liderar a ilha caribenha, que possui mais de 300 mil habitantes e depende de turismo, manufatura e finanças.