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Vulcões fertilizam e regeneram a vida do oceano, diz estudo

Após atividade eruptiva, recuperação da vida marinha é mais promissora que da vida terrestre

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Estudo foi desenvolvido a partir dos vulcões El Hierro e Tagoro, nas Ilhas Canárias | Reprodução/Twitter HendrikThoma
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Um estudo do Instituto Espanhol de Oceanografia e da Universidade de Las Palmas concluiu que, embora a lava incandescente do vulcão tenha efeito devastador de imediato, a substância pode apresentar um meio fertilizante no mar a médio prazo. Para a pesquisa, foram investigados os efeitos eruptivos dos vulcões El Hierro e Tagoro, nas Ilhas Canárias.

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Segundo os cientistas, a lava e os gases procedentes do vulcões liberaram nutrientes que favoreceram o aumento de fitoplâncton -- micro-organismo aquáticos -- atraindo mais peixes, crustáceos e cefalópodes, como polvos e lulas. O vulcão Tagoro, por exemplo, entrou em erupção debaixo da água em 2011 e permaneceu em atividade por quase seis meses, o que resultou em alterações na temperatura, acidez e composição química da água do Mar de las Calmas. A vida marinha naquela região, portanto, foi exterminada.

Contudo, as investigações revelaram que a área fora do raio de 200 metros da boca do vulcão estava repleta de vida, ao fim de três anos após a atividade eruptiva. "A lava é rica em ferro, além de magnésio e silicatos, e isso fornece nutrientes para a água", disse Carolina Santana González, oceanógrafa da Universidade de Las Palmas, em Gran Canaria, ao jornal britânico The Guardian.

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Além de registrar um aumento de fitoplâncton, foi observado a existência de peixes adultos, lulas e polvos, mas os cientistas ressaltaram que se perdeu a biodiversidade. "Isso acontece quase imediatamente. A lava fertiliza a água e a área se recupera em curto espaço de tempo. No caso da ilha de El Hierro, a vida marinha restaurou-se quase completamente em três anos", afirmou González.

Já em El Hierro, as análises químicas perto do cone do vulcão demonstraram que a concentração de ferro era quase 30 vezes maior que o nível normal. As águas ao redor do vulcão também apresentaram grande nível de dióxido de carbono, que diminui os níveis de pH, ajudando os micro-organismos a absorver o ferro.

Cumbre Vieja

Em La Palma, a lava do vulcão Cumbre Vieja está a cerca de oito quilômetros de uma reserva marinha que cobre cerca de 3.500 hectares de mar e é abrigo de anêmonas tropicais, douradas, algas castanhas, lagostas e tartarugas marinhas. 

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De acordo com os estudos, a lava já cobriu mais de 30 hectares do fundo do mar, atingindo 24 metros de profundidade. Os cientistas concluíram que assim que o vulcão se estabilizar, a renovação no oceano será promissora, ao contrário da vida em terra.

Para ajudar a entender as consequências futuras, como a crise climática nos oceanos, os cientistas pretendem utilizar as informações coletadas após a erupção do vulcão El Hierro. 

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