África do Sul tem 36 mortos e mais de 700 detenções durante protestos
Manifestações e saques começaram após a prisão do ex-presidente Jacob Zuma
SBT News
Ao menos 36 pessoas morreram e 757 foram detidas durante os protestos violentos que continuam na África do Sul desde 6ª feira (9.jul). Os distúrbios foram desencadeados após a prisão do antigo chefe de Estado e ex-líder do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), Jacob Zuma.
Segundo o governador da província de KwaZulu-Natal, Sihle Zikala, as autoridades locais contabilizaram até ao momento 26 mortos em resultado da violência e 304 detidos. Já em Gauteng, o número de vítimas aumentou para pelo menos 10 nas últimas 24 horas, enquanto 453 foram detidas.
Na cidade portuária de Durban, onde grupos de residentes se armaram com armas de fogo para proteger comunidades, casas e negócios, a situação é descrita como sendo "caótica". Na 2ª feira (12.jul) houve vários relatos de saques a grandes armazéns de distribuição em Riverhorse Valley.
Na Cidade do Cabo, onde os centros comerciais foram encerrados devido aos distúrbios no KwaZulu-Natal e Gauteng, três pessoas foram assassinadas nesta manhã (13.jul) e outras seis ficaram feridas durante confrontos entre os manifestantes e a polícia local.
O Governo destacou que 2,5 mil soldados foram enviados para apoiar a polícia a conter os distúrbios no KwaZulu-Natal e em Gauteng, motor da economia do país.
?? | Apoiadores de Jacob Zuma promovem mais uma noite de caos e saques na África do Sul. pic.twitter.com/6W55sZrhRx
? RENOVA (@RenovaMidia) July 13, 2021
Manifestações violentas na África do Sul, após prisão do ex-presidente Jacob Zuma. pic.twitter.com/8qME4TnIoY
? Fabio Zamorim (@fabiozamorim) July 11, 2021
Condenação de Zuma
Na noite de 4ª feira (7.jul), Jacob Zuma, de 79 anos, foi condenado a 15 meses de prisão por desacato à Justiça, após se negar a comparecer a uma comissão anticorrupção.
O ex-presidente compareceu apenas uma vez diante da comissão e ignorou várias convocações posteriores. No entanto, ele alegava razões médicas ou que estava preparando sua defesa para outros casos.
Zuma enfrenta várias acusações de fraude, corrupção e crime organizado relacionadas à compra de equipamentos militares de cinco empresas europeias de armamento, em 1999, quando era vice-presidente do país.