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Uma rede de solidariedade perto do edifício que desabou na Flórida

Moradores de Surfside dão suporte às equipes que trabalham no local e aguardam, como centenas de famílias incluindo uma brasileira, notícias dos desaparecidos

Uma rede de solidariedade perto do edifício que desabou na Flórida
Surfside Flórida
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Surfside, Flórida - A fumaça saia em grande quantidade do edifício que desabou parcialmente. O cheio de queimado se misturava ao cinza o que tornava, muitas vezes, difícil a visualização do prédio destruído. Eram focos de incêndio que surgiram em meio aos escombros. Os bombeiros combatiam o fogo com muita água. Em cima do concreto, equipes de resgate que há mais de dois dias buscam sobreviventes com a ajuda de radares, drones e cães farejadores.

Os quarteirões no entorno do prédio que tinha 12 andares foram interditados e entre as centenas de jornalistas que cobrem com certa distância o ocorrido há moradores que se uniram em uma rede de solidariedade.

"É triste, muito triste. Eu sou construtor, minha vida inteira fui construtor. Claro que vou ficar preocupado. Aqui nos Estados Unidos têm muitas inspeções, nas minhas obras que eu faço tem inspeção em cada ferro, em cada concreto que a gente vai colocar tem inspeção para tudo aqui, neste país é impressionante a quantidade de inspeções que tem para se fazer um prédio", disse Angelo Silva, empresário uruguaio.

Ele ainda afirmou: "Eu quero saber também o que aconteceu para o prédio desabar desta forma" .O engenheiro mora nas proximidades do local com a esposa Renata e a filha.

Edifício que desabou em Surfside, Flórida
Fumaça provocada por focos de incêndio na sexta-feira, 25 de junho, no edifício que desabou em Surfside na Flórida | Patrícia Vasconcellos/SBT 

Na rede de apoio montada na região, há distribuição gratuita de alimentos, água e até máscaras para as equipes que trabalham no local. "Estou aqui para o que vocês necessitarem" nos disse Amarilys, jornalista venezuelana que mora no bairro.

Ainda há muitas dúvidas sobre o que pode ter causado o desabamento de parte do prédio na madrugada da última quinta-feira, 24 de junho. Nas primeiras horas após o ocorrido, a prefeitura de Surfside informou que uma obra no telhado havia sido iniciada há cerca de trinta dias.

Na sexta-feira, 25, outro fato foi informado: a construção de uma garagem subterrânea em um terreno ao lado. Um relatório de 2018 feito por um engenheiro também foi divulgado pelas autoridades locais.

No documento, Frak Morabito escreveu: "embora alguns desses danos sejam menores, a maior parte da deterioriação do concreto precisa ser reparada em tempo hábil". O profissional se referia às condições da estrutura das vigas mas o relatório não indica que o edifício estava em risco de queda. O engenheiro pontuou no relatório de 2018 que "os reparos eram necessários para manter a integridade estrutural".

família vizinha do edifício em Surfside
Família moradora das proximidades do edifício que desabou em Surfiside, na Flórida. Angelo Silva, empresário, com sua esposa Renata Franco e a filha do casal Julia juntos na rede de solidariedade | SBT

A avaliação das causas do desabamento segue em paralelo com as buscas pelos desaparecidos. Até o início da manhã de sábado, 26 de junho, as autoridades de Surfiside confirmavam 159 pessoas não localizadas. Entre elas há uma criança brasileira. Lorenzo, de cinco anos de idade, e seu pai Alfredo Leone que é italiano. A mãe de Lorenzo, Raquel, não estava do apartamento da família na noite do desabamento porque havia viajado ao Colorado para visitar a mãe. 

Ao SBT, Raquel confirmou que os nomes do filho e do marido foram repassados às autoridades de Surfside e constam da lista de desaparecidos. Pelas redes sociais, ela escreveu: "Eu estou bem e não tem nada que eu esteja precisando além de notícias. As buscas não param e vão continuar por dias. Essa noite deixei meu DNA para compararem com os das crianças não identificadas conforme foram achando. "

Em uma grade de ferro a um quarteirão do prédio, que fica de frente para a praia, parentes e amigos dos desaparecidos pregaram cartazes com fotos e telefones para contato. Um jovem, em frente ao local, acendia velas posicionadas ao lado de muitas flores.

Aos prantos, ele falava aos jornalistas sobre o casal de amigos que mora no prédio: Nicky Langesfeld e Luis Sadovnic, noivos com data do casamento já marcada, estavam no oitavo andar quando houve o desabamento. A foto dos dois jovens está ao lado de tantas outras com a mensagem "Missing", em português, desaparecido.

Cartaz com desaparecidos na Flórida
Cartaz com pedido de informações de Nicky Langesfeld e Luis Sadovnic que estavam no oitavo andar do edifício quando houve o desmoronamento | Patrícia Vasconcellos/SBT

Além do preenchimento virtual de um formulário com informações dos que estão sendo buscados, as famílias também têm o apoio de uma estrutura montada a algumas quadras do local com profissionais e voluntários que recebem as famílias.

Até a manhã deste sábado, 26 de junho, as autoridades de Surfside confirmavam 4 vítimas fatais. Segundo a prefeitura, o número pode subir nas próximas horas.

As buscas por sobreviventes segue junto à esperança dos que foram surpreendidos pelo desabamento em uma área nobre ao norte de Miami Beach.

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