O Reino Desunido: coronavírus ameaça rachar Grã-Bretanha
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte se afastam da Inglaterra por resposta à covid-19
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A rivalidade sempre existiu, mas ela nunca foi tão escancarada quanto agora. O apoio à independência da Escócia chegou a inéditos 58% entre a população do país, de acordo com pesquisa divulgada nesta 4ª feira (14.out) pelo Instituto Ipsos Mori. No plebiscito de 2014, 55% optaram por permanecer na união.
O Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês) vem pressionando o governo do Reino Unido para a realização de uma segunda votação mas, até então, não tinha tido tamanho respaldo popular. O primeiro-ministro Boris Johnson segue irredutível e diz que não vai autorizar.
O premiê britânico não conta com muita simpatia no norte da Grã-Bretanha. 76% dos escoceses declaram-se insatisfeitos com o trabalho dele à frente do governo. Em compensação, Nicola Sturgeon, a primeira-ministra escocesa e líder do SNP, tem aprovação de 72%. O partido dela deve continuar dominando o parlamento da Escócia nas eleições locais do ano que vem. Hoje, os nacionalistas tem 58% das intenções de voto.
Pelas redes sociais, Sturgeon comemorou os resultados, mas disse que a prioridade agora deve ser "liderar a Escócia nessa pandemia. Nada interessa mais".
A questão escocesa é um dos piores efeitos colaterais da covid-19 para o Partido Conservador, que domina o parlamento e o governo britânicos desde 2005. Além da Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, que têm autonomia para definir suas políticas de combate ao vírus, optaram por caminhos diferentes.
No dia em que começou a valer na Inglaterra o sistema de três níveis de alerta (médio, alto e muito alto), autoridades de Gales disseram que podem optar pelo "circuit breaker", um lockdown completo e programado para durar de duas a três semanas. Era a estratégia defendida pelos cientistas que assessoram o governo Boris Johnson, e que ele acabou recusando. Os galeses também avisaram que vão barrar aqueles que vierem de regiões da Inglaterra com alta incidência do vírus.
Os norte-irlandeses também foram além. Fecharam todos os bares e restaurantes do país por um mês. As aulas foram suspensas por duas semanas. As diferenças entre Belfast e Londres dão ainda mais combustível para o movimento que defende a saída da Irlanda do Norte do Reino Unido e a reintegração do território à República da Irlanda.
No auge do período colonial, a aristocracia inglesa se gabava por controlar quase 25% do planeta e ter um império onde o sol nunca se punha. No mundo pós-covid e já fora da União Européia, os ingleses terão que ser mais convicentes se quiserem ter voz no próprio quintal.
O Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês) vem pressionando o governo do Reino Unido para a realização de uma segunda votação mas, até então, não tinha tido tamanho respaldo popular. O primeiro-ministro Boris Johnson segue irredutível e diz que não vai autorizar.
O premiê britânico não conta com muita simpatia no norte da Grã-Bretanha. 76% dos escoceses declaram-se insatisfeitos com o trabalho dele à frente do governo. Em compensação, Nicola Sturgeon, a primeira-ministra escocesa e líder do SNP, tem aprovação de 72%. O partido dela deve continuar dominando o parlamento da Escócia nas eleições locais do ano que vem. Hoje, os nacionalistas tem 58% das intenções de voto.
Pelas redes sociais, Sturgeon comemorou os resultados, mas disse que a prioridade agora deve ser "liderar a Escócia nessa pandemia. Nada interessa mais".
A questão escocesa é um dos piores efeitos colaterais da covid-19 para o Partido Conservador, que domina o parlamento e o governo britânicos desde 2005. Além da Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, que têm autonomia para definir suas políticas de combate ao vírus, optaram por caminhos diferentes.
No dia em que começou a valer na Inglaterra o sistema de três níveis de alerta (médio, alto e muito alto), autoridades de Gales disseram que podem optar pelo "circuit breaker", um lockdown completo e programado para durar de duas a três semanas. Era a estratégia defendida pelos cientistas que assessoram o governo Boris Johnson, e que ele acabou recusando. Os galeses também avisaram que vão barrar aqueles que vierem de regiões da Inglaterra com alta incidência do vírus.
Os norte-irlandeses também foram além. Fecharam todos os bares e restaurantes do país por um mês. As aulas foram suspensas por duas semanas. As diferenças entre Belfast e Londres dão ainda mais combustível para o movimento que defende a saída da Irlanda do Norte do Reino Unido e a reintegração do território à República da Irlanda.
No auge do período colonial, a aristocracia inglesa se gabava por controlar quase 25% do planeta e ter um império onde o sol nunca se punha. No mundo pós-covid e já fora da União Européia, os ingleses terão que ser mais convicentes se quiserem ter voz no próprio quintal.
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