Os destaques no debate entre Trump e Biden
Interrupções e acusações mútuas marcaram o primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden
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Reprodução/Associated Press
Nova Iorque - No palco montado no edifício da universidade de Cleveland, em Ohio, apenas os dois candidatos permaneceram de pé em frente ao púlpito individual por uma hora e meia, sem intervalos. Ao entrar, Joe Biden, democrata que tenta ser eleito presidente dos Estados Unidos, sorriu e abriu os braços para seu oponente político. Donald Trump disse: "Como você está indo?" O moderador, jornalista Chris Wallace, sentado à distância na frente dos dois, orientou os poucos convidados a não se manifestarem.
Trump e Biden não usaram máscaras. Seguiram à risca as normas de distanciamento, mas não o tempo imposto para cada pergunta. Com interrupções e acusações mútuas com momentos de elevados tons de voz, o democrata e o republicano entoaram posições já conhecidas e Biden -- chamado frequentemente por Trump de 'sonolento'-- também partiu para o ataque: "Você é mentiroso", "foi o pior presidente da história da América", disse o democrata. Trump chamou Biden de desastre por mais de uma vez.
Suprema Corte e eleições
A vaga deixada na Suprema Corte pela morte de Ruth Ginsburg foi o assunto de entrada. Trump justificou mais uma vez a indicação em tempo recorde de Amy Barret. "Tenho o direito de fazê-lo. Eu não fui eleito por três anos. Há o presidente, o Senado, é meu direito".
No fim dos noventa minutos, a nomeação na Suprema Corte voltou a ser citada no contexto das eleições. "O senhor pretende que o caso seja resolvido na justiça?" questionou o moderador. Trump afirmou que sim, afirmando que a votação por envio postal -- método permitido nos Estados Unidos -- será "um desastre e uma fraude". Donald Trump alegou que cédulas eleitorais enviadas pelo serviço postal americano estão sendo vendidas. Joe Biden defendeu o voto à distância por conta da pandemia, afirmando que até o diretor do FBI informou que o processo é seguro em resposta à pergunta se o eleitor pode ter confiança na lisura dessas eleições.
"Ele disse que não aceita o resultado. Não importa. Se eu vencer, vai ser aceito. Ele não pode ficar no poder", disse Biden, referindo-se à afirmação de Trump há alguns dias na Casa Branca de que não vai haver transição, mas continuidade. O presidente retrucou: "Os meus antecessores não fizeram transição porque seguem me espiando. Eles foram uma desgraça para este país. Se houver voto por correspondência, isso não vai acabar bem".
Covid-19
"Talvez possamos injetar desinfetante" disse Joe Biden quando o assunto tratado era a pandemia e o combate ao novo coronavírus. A frase remete ao momento em que Trump, em uma coletiva na Casa Branca, falou sobre o uso do produto em humanos para tratar a covid-19. Depois, o presidente afirmou que se tratava de sarcasmo.
Biden: "200 mil mortos. Trump diz 'isso é o que é' (frase dita pelo presidente em entrevista ao portal Axios) porque ele é quem é. O presidente não tem plano. Ele sabia o quão grave isso era. O que ele fez? Ele não avisou você (se referindo ao telespectador) para não criar pânico. Estava insistindo que o problema era na China."
Trump: "É culpa da China. Eu fechei o país e fui chamado de racista. Muitos governadores falaram que eu fiz um trabalho fenomenal, elogiaram o envio de máscaras, ventiladores. Estamos prestes a conseguir a vacina, há menos gente morrendo. Estamos fazendo um trabalho incrível. Você nunca teria feito este trabalho". Biden, no púlpito ao lado, ria: "Eu sei como fazer o trabalho".
Uma das questões foi sobre a vacina que Trump promete para outubro. O presidente americano afirmou que muitos líderes locais e até o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) tornaram o tema político. Garantiu que os laboratórios tem capacidade para entregar a imunização o quanto antes. "Confio nos cientistas, mas não confio em você", acusou Joe Biden.
Obamacare e a saúde nos EUA
Um dos focos da campanha democrata é a afirmação de que Donald Trump vai destruir o que o Barack Obama criou, o plano ObamaCare. Trump não teve receio em reafirmar que a criação do antecessor "é horrível". Questionado porque assinou somente na última quinta-feira (24) uma ordem executiva para manter no plano pessoas com doenças preexistentes Trump disse apenas que "a saúde será mantida para a população". Biden afirmou repetidamente que, na área da saúde, o presidente "simplesmente não tem um plano" e que não conseguiu criar um sistema eficiente em quatro anos.
Economia e volta às aulas
A pergunta de Chris Wallace foi por que Biden é mais ponderado em relação à reabertura do país e das escolas. "Porque ele não tem um plano!", respondeu o democrata, referindo-se a seu oponente. "Você não pode reabrir sem um plano. Ele senta no campo de golfe a acha que está discutindo".
Trump retrucou: "Ele quer fechar o país e eu quero reabrir. Agora sabemos tudo da doença, as vulnerabilidades". O presidente afirmou que mais pessoas estão deprimidas em casas que parecem prisões. Afirmou que o americano sabe o que fazer para se proteger e que Biden quer destruir o país quebrando a economia.
Questionado por que faz comícios com mais pessoas, Trump disse: "Por que elas querem me ver. Joe faz círculos com três pessoas." Olhando para o democrata, Trump falou em tom de deboche: "Se você tivesse multidões faria o mesmo. Mas ninguém se importa (com Biden)".
Imposto de renda
Às vésperas do debate, o jornal The New York Times trouxe uma reportagem sobre as declarações fiscais do presidente e das quase 500 empresas que ele possui. O jornal afirma que Trump não pagou impostos por muitos anos alegando prejuízo (o que é permitido por uma lei criada na administração passada). Empresários no vermelho se beneficiam de isenções. "Foi uma lei sua e do Obama" disse Trump. "É verdade que o senhor pagou 750 dólares nos anos de 2016 e 2017?", questionou o moderador. "Paguei bilhões", disse Trump, sustentando que o que houve foram cálculos em cima de perdas. " Biden disse que Trump se acha esperto. O clima esquentou. ""Nunca use a palavra esperto porque não há nada disso em você", disse o presidente.
Acusações contra o filho de Joe Biden
No ano passado, Donald Trump sofreu um julgamento de impeachment por ter sido acusado de pressionar o presidente da Ucrânia a investigar o filho de Joe Biden, Hunter Biden, que tinha negócios no país do leste europeu. Trump passou pela prova de fogo e, no debate, provocou afirmando que o filho do democrata "faz milhões de dólares". E emendou: "Seu filho foi dispensado do Exército". Trump ainda afirmou que Hunter foi expulso porque usou substância ilícita.
Foi o momento em que Biden mais levantou a voz. Defendeu Hunter e falou sobre outro filho, Beau Biden, morto em 2015: "Sobre o meu filho, ele esteve no Iraque. Conseguiu medalhas, não foi um perdedor e as pessoas que estavam com ele eram vencedoras". Os dois se exaltaram, o moderador interveio e falou queria falar sobre meio ambiente. Biden, disse: "eu também".
Protestos contra o racismo e a violência policial
"Você quer lei e ordem, Joe?", questionou Trump mais de uma vez. "Quer?" "Quero lei e ordem com justiça", disse Biden, em tom elevado.
O assunto eram os protestos contra o racismo que tomaram conta de várias cidades dos Estados Unidos desde a morte de George Floyd em maio deste ano. Trump afirmou que a ANTIFA (organização antifascista considerada terrorista pelo governo americano) é na verdade de esquerda e que está por trás dos protestos violentos. O moderador perguntou mais de uma vez se Trump acredita em racismo sistêmico no país. Trump não respondeu a questão diretamente nem disse se condena com a mesma força os supremacistas brancos. Falou sobre a necessidade de lei. "Eu tenho o apoio dos policias, dos bombeiros, das igrejas, as pessoas querem lei e ordem e você (Biden) tem até medo de dizer isso".
"Havia um protesto em frente à Casa Branca e o que ele fez? Entrou num bunker. É isso que faz um presidente que dissemina discórdia, que não se importa com o racismo" reverberou Biden, falando que Trump "faz quase nada". Trump afirma que tem o apoio da maioria dos policiais do país e que fez muito pela população afrodescendente. Biden foi ponderado ao afirmar que "a maioria dos policiais não está feliz por ver o que aconteceu com Breonna Taylor e George Floyd, mas há maçãs podres" e que por isso é preciso mudar as regras.
Aquecimento global
Foi o único momento em que a América Latina foi citada. Biden falou do Brasil afirmando que a floresta tropical está sendo destruída e prometeu união com outros países para liberação de verba para proteger o verde dessa parte do continente. Disse ainda que, se eleito, vai reintegrar os Estados Unidos no acordo de Paris. O tema imigração - tão presente em 2016 - não fez parte das perguntas. A segurança digital e de dados também não foi abordada.
Confrontado sobre as queimadas na costa oeste do país, Trump afirmou que as florestas estão com o solo cheio de árvores velhas e que "se um fósforo é jogado ali há fogo". "O senhor acredita na ciência" perguntou o jornalista. "Você tem que fazer o que precisa ser feito, se for plantar cem bilhões de árvores que seja". O presidente defendeu que é preciso um manejo correto das florestas, afirmação feita na visita à Califórnia há algumas semanas e confrontada pelas autoridades locais.
Exaltações pessoais
Questionados por que o eleitor americano deve escolher o candidato e não o oponente, Trump falou sobre feitos na Casa Branca. "Nunca houve um presidente que fez mais em três anos e meio. A melhor economia, mesmo depois da pandemia. Pessoas estão me chamando para dizer que estão reconstruindo de novo". Criticou a administração passada por ter deixado 128 vagas de juízes federais sem preencher e que ele nomeou 300 magistrados além das 3 indicações para a Suprema Corte. Biden afirma que "com Trump os EUA ficaram mais frágeis, mais pobres e mais divididos". O democrata incentivou o voto que nos Estados Unidos não é obrigatório.
Ao fim, os candidatos foram cumprimentados por suas respectivas esposas. O evento que teve frases como "você vai calar a boca?"-- dita por Biden -- e "você é um desastre" -- Trump -- terminou sem troca de olhares entre democrata e republicano na saída do palco.
Pesquisas recentes mostram Biden a frente de Trump nas semanas que antecedem as eleições presidenciais marcadas para 3 de novembro. A dúvida é como o eleitorado vai reagir após o embate caloroso da noite de terça-feira, apesar de levantamentos apontarem que 90% dos eleitores já tem voto definido. O segundo debate entre Trump e Biden acontece dia 15 de outubro e o terceiro no dia 22.
Nova Iorque - No palco montado no edifício da universidade de Cleveland, em Ohio, apenas os dois candidatos permaneceram de pé em frente ao púlpito individual por uma hora e meia, sem intervalos. Ao entrar, Joe Biden, democrata que tenta ser eleito presidente dos Estados Unidos, sorriu e abriu os braços para seu oponente político. Donald Trump disse: "Como você está indo?" O moderador, jornalista Chris Wallace, sentado à distância na frente dos dois, orientou os poucos convidados a não se manifestarem.
Trump e Biden não usaram máscaras. Seguiram à risca as normas de distanciamento, mas não o tempo imposto para cada pergunta. Com interrupções e acusações mútuas com momentos de elevados tons de voz, o democrata e o republicano entoaram posições já conhecidas e Biden -- chamado frequentemente por Trump de 'sonolento'-- também partiu para o ataque: "Você é mentiroso", "foi o pior presidente da história da América", disse o democrata. Trump chamou Biden de desastre por mais de uma vez.
Suprema Corte e eleições
A vaga deixada na Suprema Corte pela morte de Ruth Ginsburg foi o assunto de entrada. Trump justificou mais uma vez a indicação em tempo recorde de Amy Barret. "Tenho o direito de fazê-lo. Eu não fui eleito por três anos. Há o presidente, o Senado, é meu direito".
No fim dos noventa minutos, a nomeação na Suprema Corte voltou a ser citada no contexto das eleições. "O senhor pretende que o caso seja resolvido na justiça?" questionou o moderador. Trump afirmou que sim, afirmando que a votação por envio postal -- método permitido nos Estados Unidos -- será "um desastre e uma fraude". Donald Trump alegou que cédulas eleitorais enviadas pelo serviço postal americano estão sendo vendidas. Joe Biden defendeu o voto à distância por conta da pandemia, afirmando que até o diretor do FBI informou que o processo é seguro em resposta à pergunta se o eleitor pode ter confiança na lisura dessas eleições.
"Ele disse que não aceita o resultado. Não importa. Se eu vencer, vai ser aceito. Ele não pode ficar no poder", disse Biden, referindo-se à afirmação de Trump há alguns dias na Casa Branca de que não vai haver transição, mas continuidade. O presidente retrucou: "Os meus antecessores não fizeram transição porque seguem me espiando. Eles foram uma desgraça para este país. Se houver voto por correspondência, isso não vai acabar bem".
Covid-19
"Talvez possamos injetar desinfetante" disse Joe Biden quando o assunto tratado era a pandemia e o combate ao novo coronavírus. A frase remete ao momento em que Trump, em uma coletiva na Casa Branca, falou sobre o uso do produto em humanos para tratar a covid-19. Depois, o presidente afirmou que se tratava de sarcasmo.
Biden: "200 mil mortos. Trump diz 'isso é o que é' (frase dita pelo presidente em entrevista ao portal Axios) porque ele é quem é. O presidente não tem plano. Ele sabia o quão grave isso era. O que ele fez? Ele não avisou você (se referindo ao telespectador) para não criar pânico. Estava insistindo que o problema era na China."
Trump: "É culpa da China. Eu fechei o país e fui chamado de racista. Muitos governadores falaram que eu fiz um trabalho fenomenal, elogiaram o envio de máscaras, ventiladores. Estamos prestes a conseguir a vacina, há menos gente morrendo. Estamos fazendo um trabalho incrível. Você nunca teria feito este trabalho". Biden, no púlpito ao lado, ria: "Eu sei como fazer o trabalho".
Uma das questões foi sobre a vacina que Trump promete para outubro. O presidente americano afirmou que muitos líderes locais e até o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) tornaram o tema político. Garantiu que os laboratórios tem capacidade para entregar a imunização o quanto antes. "Confio nos cientistas, mas não confio em você", acusou Joe Biden.
Obamacare e a saúde nos EUA
Um dos focos da campanha democrata é a afirmação de que Donald Trump vai destruir o que o Barack Obama criou, o plano ObamaCare. Trump não teve receio em reafirmar que a criação do antecessor "é horrível". Questionado porque assinou somente na última quinta-feira (24) uma ordem executiva para manter no plano pessoas com doenças preexistentes Trump disse apenas que "a saúde será mantida para a população". Biden afirmou repetidamente que, na área da saúde, o presidente "simplesmente não tem um plano" e que não conseguiu criar um sistema eficiente em quatro anos.
Economia e volta às aulas
A pergunta de Chris Wallace foi por que Biden é mais ponderado em relação à reabertura do país e das escolas. "Porque ele não tem um plano!", respondeu o democrata, referindo-se a seu oponente. "Você não pode reabrir sem um plano. Ele senta no campo de golfe a acha que está discutindo".
Trump retrucou: "Ele quer fechar o país e eu quero reabrir. Agora sabemos tudo da doença, as vulnerabilidades". O presidente afirmou que mais pessoas estão deprimidas em casas que parecem prisões. Afirmou que o americano sabe o que fazer para se proteger e que Biden quer destruir o país quebrando a economia.
Questionado por que faz comícios com mais pessoas, Trump disse: "Por que elas querem me ver. Joe faz círculos com três pessoas." Olhando para o democrata, Trump falou em tom de deboche: "Se você tivesse multidões faria o mesmo. Mas ninguém se importa (com Biden)".
Imposto de renda
Às vésperas do debate, o jornal The New York Times trouxe uma reportagem sobre as declarações fiscais do presidente e das quase 500 empresas que ele possui. O jornal afirma que Trump não pagou impostos por muitos anos alegando prejuízo (o que é permitido por uma lei criada na administração passada). Empresários no vermelho se beneficiam de isenções. "Foi uma lei sua e do Obama" disse Trump. "É verdade que o senhor pagou 750 dólares nos anos de 2016 e 2017?", questionou o moderador. "Paguei bilhões", disse Trump, sustentando que o que houve foram cálculos em cima de perdas. " Biden disse que Trump se acha esperto. O clima esquentou. ""Nunca use a palavra esperto porque não há nada disso em você", disse o presidente.
Acusações contra o filho de Joe Biden
No ano passado, Donald Trump sofreu um julgamento de impeachment por ter sido acusado de pressionar o presidente da Ucrânia a investigar o filho de Joe Biden, Hunter Biden, que tinha negócios no país do leste europeu. Trump passou pela prova de fogo e, no debate, provocou afirmando que o filho do democrata "faz milhões de dólares". E emendou: "Seu filho foi dispensado do Exército". Trump ainda afirmou que Hunter foi expulso porque usou substância ilícita.
Foi o momento em que Biden mais levantou a voz. Defendeu Hunter e falou sobre outro filho, Beau Biden, morto em 2015: "Sobre o meu filho, ele esteve no Iraque. Conseguiu medalhas, não foi um perdedor e as pessoas que estavam com ele eram vencedoras". Os dois se exaltaram, o moderador interveio e falou queria falar sobre meio ambiente. Biden, disse: "eu também".
Protestos contra o racismo e a violência policial
"Você quer lei e ordem, Joe?", questionou Trump mais de uma vez. "Quer?" "Quero lei e ordem com justiça", disse Biden, em tom elevado.
O assunto eram os protestos contra o racismo que tomaram conta de várias cidades dos Estados Unidos desde a morte de George Floyd em maio deste ano. Trump afirmou que a ANTIFA (organização antifascista considerada terrorista pelo governo americano) é na verdade de esquerda e que está por trás dos protestos violentos. O moderador perguntou mais de uma vez se Trump acredita em racismo sistêmico no país. Trump não respondeu a questão diretamente nem disse se condena com a mesma força os supremacistas brancos. Falou sobre a necessidade de lei. "Eu tenho o apoio dos policias, dos bombeiros, das igrejas, as pessoas querem lei e ordem e você (Biden) tem até medo de dizer isso".
"Havia um protesto em frente à Casa Branca e o que ele fez? Entrou num bunker. É isso que faz um presidente que dissemina discórdia, que não se importa com o racismo" reverberou Biden, falando que Trump "faz quase nada". Trump afirma que tem o apoio da maioria dos policiais do país e que fez muito pela população afrodescendente. Biden foi ponderado ao afirmar que "a maioria dos policiais não está feliz por ver o que aconteceu com Breonna Taylor e George Floyd, mas há maçãs podres" e que por isso é preciso mudar as regras.
Aquecimento global
Foi o único momento em que a América Latina foi citada. Biden falou do Brasil afirmando que a floresta tropical está sendo destruída e prometeu união com outros países para liberação de verba para proteger o verde dessa parte do continente. Disse ainda que, se eleito, vai reintegrar os Estados Unidos no acordo de Paris. O tema imigração - tão presente em 2016 - não fez parte das perguntas. A segurança digital e de dados também não foi abordada.
Confrontado sobre as queimadas na costa oeste do país, Trump afirmou que as florestas estão com o solo cheio de árvores velhas e que "se um fósforo é jogado ali há fogo". "O senhor acredita na ciência" perguntou o jornalista. "Você tem que fazer o que precisa ser feito, se for plantar cem bilhões de árvores que seja". O presidente defendeu que é preciso um manejo correto das florestas, afirmação feita na visita à Califórnia há algumas semanas e confrontada pelas autoridades locais.
Exaltações pessoais
Questionados por que o eleitor americano deve escolher o candidato e não o oponente, Trump falou sobre feitos na Casa Branca. "Nunca houve um presidente que fez mais em três anos e meio. A melhor economia, mesmo depois da pandemia. Pessoas estão me chamando para dizer que estão reconstruindo de novo". Criticou a administração passada por ter deixado 128 vagas de juízes federais sem preencher e que ele nomeou 300 magistrados além das 3 indicações para a Suprema Corte. Biden afirma que "com Trump os EUA ficaram mais frágeis, mais pobres e mais divididos". O democrata incentivou o voto que nos Estados Unidos não é obrigatório.
Ao fim, os candidatos foram cumprimentados por suas respectivas esposas. O evento que teve frases como "você vai calar a boca?"-- dita por Biden -- e "você é um desastre" -- Trump -- terminou sem troca de olhares entre democrata e republicano na saída do palco.
Pesquisas recentes mostram Biden a frente de Trump nas semanas que antecedem as eleições presidenciais marcadas para 3 de novembro. A dúvida é como o eleitorado vai reagir após o embate caloroso da noite de terça-feira, apesar de levantamentos apontarem que 90% dos eleitores já tem voto definido. O segundo debate entre Trump e Biden acontece dia 15 de outubro e o terceiro no dia 22.
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