Bolsonaro após ser condenado à inelegibilidade pelo TSE: "Levei uma facada"
Ex-presidente não descarta recorrer da decisão ao STF, deixa o futuro político em aberto, mas se vê como "cabo eleitoral de luxo"
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, nesta 6ª feira (30.jun), o resultado do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que resultou na sua condenação por inelegibilidade pelos próximos oito anos. O ex-titular do Palácio do Planalto resumiu a decisão da Corte como uma "facada".
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"Há pouco tempo tentaram me matar em Juiz de Fora, levei uma facada na barriga. Hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade", disse o ex-presidente, em coletiva concedida a jornalistas, em Belo Horizonte (MG), onde participa de agendas políticas. Ele também esteve no enterro do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, que morreu aos 86 anos. "Quem levou uma punhalada não foi o Jair Messias Bolsonaro, foi a democracia brasileira", prosseguiu.
Mais cedo, a Corte sacramentou o entendimento de que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e econômico, e usou indevidamente os meios de comunicação em reunião convocada com diplomatas no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado. No encontro com embaixadores, o ex-presidente difamou sem provas o sistema eleitoral brasileiro.
O ex-mandatário do País não poupou críticas à condução da Corte Eleitoral no julgamento, em especial o presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes. "O que nós estamos assistindo é um Poder Judiciário através de uma pessoa tomando as medidas de acordo com a sua cabeça. É isso que nós queremos para o Brasil?", disse.
Bolsonaro não descarta recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, prega cautela e afirma que irá consultar sua defesa antes de qualquer definição. Ele também evitou falar sobre o futuro político, mas se apelidou de "cabo eleitoral de luxo". "Não estou morto. Vou continuar trabalhando? Não é o fim da direita no Brasil. Antes de mim, ela existia, mas não tinha forma", afirmou, acrescentando que "a vida continua".