Moraes nega novo pedido de soltura de Anderson Torres
Ministro também mandou agendar nova depoimento do ex-ministro da Justiça para a próxima 2ª feira

Cristiane Noberto
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou o novo pedido de soltura e manteve a prisão preventiva do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.
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No despacho desta 5ª (20.abr), o magistrado justifica que depoimentos e testemunhos colhidos pela Polícia Federal (PF) apontam indícios da participação do ex-ministro para dificultar a votação no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Moraes também cita a minuta golpista - que pretendia reverter o resultado das eleições, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não fosse eleito. O documento foi encontrado pela Polícia Federal na casa de Torres.
"Há ainda necessidade da segregação da liberdade durante a continuidade da investigação criminal, em especial, depoimentos de testemunhas e apreensão de documentos que apontam fortes indícios da participação do requerente na elaboração de uma suposta "minuta golpista" e em uma "operação golpista" da Polícia Rodoviária Federal para tentar subverter a legítima participação popular no 2º Turno das eleições presidenciais de 2022", escreveu o ministro.
Moraes ainda apontou que Torres foi omisso quanto a permanência dos acampamentos golpistas em frente ao Quartel General do Exército em Brasília e o risco dos atentados. O ministro também registrou que há um possível envolvimento "na autorização para mais de cem ônibus dirigirem-se ao referido SMU e prepararem-se para a prática dos atos criminosos".
Depoimento na PF
Moraes também determinou que a Polícia Federal (PF) colha um novo depoimento de Torres. A oitiva foi agendada para a próxima 2ª feira (24.abr). Ele será ouvido no âmbito das investigações relacionados a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições 2022.
Será a terceira vez que Torres depõe à PF desde que foi preso, em 14 de janeiro, logo após os atos golpistas de 8 de janeiro. A defesa do ex-ministro esclareceu que ele prestará as informações na condição de declarante.
Em resposta a Moraes, a defesa de Torres escreveu que recebeu "com serenidade e respeito a decisão do Ministro Alexandre de Moraes. Reiteramos que o maior interessado no esclarecimento célere dos fatos é Anderson Torres"