Defesa de Flordelis vai pedir para condenação ser anulada
Ex-deputada foi condenada a 50 anos de prisão; advogado diz que houve falta de acesso a materiais
Lis Cappi
A defesa de Flordelis vai recorrer da decisão que condenou a ex-deputada a uma pena de 50 anos de prisão, pela morte do pastor Anderson do Carmo. Após a definição do júri, neste domingo (13.nov), o advogado Rodrigo Faucz afirmou que pedirá a anulação da condenação, citando dois pontos: um questionamento do advogado da acusação a respeito do silêncio da ex-deputada e a falta de acesso a documentos.
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"O Ministério Público utilizou documentos que não estavam juntados no processo, que a Defesa não teve acesso, e utilizou de forma argumentativa, a pedir a condenação dos acusados com base nesses documentos. Então, obviamente, isso causa um prejuízo muito grande para a defesa", declarou Faucz.
O advogado de Flordelis também alegou que a ex-deputada foi penalizada pela série de notícias publicadas ao longo do caso. Afirmando que o júri já teria chegado ao julgamento com uma opinião formada acerca do crime. Faucz ainda disse que a decisão pela condenação de Flordelis não foi unânime, e que a defesa acredita que os jurados se dividiram entre 4 e 3 votos.
Em relação ao documento ao qual não teve acesso, o advogado afirmou se tratar de depoimentos de um inquérito sigiloso, que tratava da proteção de menores. "Sequer era para ser suscitado em plenário", afirmou.. "Como falei, lamentamos por isso, vamos continuar", completou. Faucz também alegou que o escrivão do julgamento confirmou a falta de disponibilização do processo.
O assistente da acusação, advogado ngelo Máximo, que representa a família de Anderson do Carmo, rebateu os pontos citados pela defesa de Flordelis. A respeito da acusação de silêncio, Máximo afirmou que se deu no calor do momento, mas que ele não chegou a completar a frase, por intervenção do promotor. O que, segundo ele, invalidaria uma anulação do caso.
Máximo também disse que os documentos estavam disponibilizados, e que ele chegou a abrir os arquivos citados no julgamento. "Eu abri na hora e pedi para que eles olhassem o meu computador. Qualquer pessoa, qualquer advogado habilitado, poderia ter acesso", rebateu.
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O advogado também celebrou a conclusão do caso, e dedicou a vitória a família do pastor Anderson do Carmo. "Ao seu pai falecido, à sua mãe, também falecida, e a sua irmã, que faleceu 4 meses após na busca pela justiça que não conseguiram ver", concluiu.
Com colaboração de Irislayne Tavares e Egberto Ras, do SBT Rio.